[Crítica] 3%





“Acredite no Processo! Aconteça o que acontecer, você merece!”


Título: 3%
Criador: Pedro Aguilera
Elenco: João Miguel; Bianca Comparato; Michel Gomes; Rodolfo Valente; Vaneza Oliveira; Rafael Lozano; Viviane Porto; Mel Fronckowiak; Sergio Mamberti; Zezé Motta; Celso Frateschi
Gênero: Distopia – Ficção científica
Sinopse: “Em um futuro pós-apocalíptico não muito distante, o planeta é um lugar devastado. O Continente é uma região do Brasil miserável, decadente e escassa de recursos. Aos 20 anos de idade, todo cidadão recebe a chance de passar pelo Processo, uma rigorosa seleção de provas físicas, morais e psicológicas que oferece a chance de ascender ao Mar Alto, uma região onde tudo é abundante e as oportunidades de vida são extensas. Entretanto, somente 3% dos inscritos chegarão até lá.“
Estreia: novembro 2016
1ª temporada disponível no Netflix.


=== Resenha ===

Desde que assisti ao trailer dessa série (que por sorte descobri poucos dias antes da estreia) a minha curiosidade me consumiu. Amo distopias tanto em livros como em filmes e estrear uma distopia brasileira no Netflix me levou à loucura! Eu espero que nosso país comece a ter mais destaque por fornecer programas de qualidade e, acredito que o Netflix tem a capacidade de levar nossas histórias para outros países.
Por causa dessa visão, assim que 3% foi liberado, comecei a assistir, pois queria saber se a história era boa e nos representava com qualidade.





3% nos apresenta um Brasil futurista, onde as classes sociais estão bem divididas e acentuadas, não muito diferente do que é hoje, porém com uma característica marcante: somente 3% da população pode conquistar o direito de passar para o lado de lá, o lado “feliz” da sociedade.


O país foi dividido. 97% da população sobrevive do “lado de cá”, o lado pobre, no Continente. O lado que conhecemos no nosso dia-a-dia onde é necessário trabalhar para se ter o que comer, temer ladrões, assassinos, estupradores e todo tipo de corja do mundo. O diferencial é que no Continente não existem pessoas ricas ou de classe média, todos vivem no limite de suas necessidades, esperando completar vinte anos para passar pelo Processo. E os que não passam, retornam para essa vida e buscam convencer os mais novos a acreditar que ir para o “lado de lá” é sua única chance de ter uma vida melhor.
O “lado de lá” recebe os 3% da população que conquistam o direito de morar em “Maralto”. Nesta primeira temporada não conhecemos completamente o “lado de lá”, mas, recebemos algumas informações que nos fazem crer que no Maralto a cidade é modernizada, a medicina avançada, as pessoas são educadas, asseadas, não passam fome e socializam entre si. No entanto, percebemos que podem existir falhas nesse regime criado pelo casal de fundadores. Afinal, pessoas que passam por uma rígida seleção como a do “Processo”, são ambiciosas e podem demonstrar falhas de caráter durante o avançar dos anos (suposições de uma seriadora compulsiva).

O casal fundador criou o Processo há mais de cem anos e, ano após ano, todo jovem passa pela seleção ao completar vinte anos de idade. E nós vamos acompanhar uma seleção durante a primeira temporada, tendo a chance de conhecer tanto os candidatos, como o Processo e os funcionários do Maralto que cuidam do Processo e avaliam os candidatos.

O local de avaliação fica em um complexo gigantesco no Continente, em um lugar bem alto até onde os candidatos precisam andar para se apresentar. Tive a impressão de que o Processo não engloba o país inteiro, mas uma cidade, pois as imagens e candidatos moravam próximo desse completo.


Ezequiel (João Miguel) é o chefe do Processo e coordena todos os funcionários envolvidos em cada etapa. Ele monitora também cada candidato e interfere em vários momentos, deixando tanto o telespectador quanto seus funcionários confusos quanto seus critérios para aprovar ou rejeitar alguns candidatos.
Temos a impressão de que quanto mais esperto e ambicioso, mais ele deseja que o candidato seja um escolhido para seguir para o Maralto, mas que o Processo não deveria seguir exatamente assim. É uma dúvida que se manterá até assistirmos a próxima temporada.
Ele é muito temperamental e passou por um trauma recentemente, o que deixa margem para desconfiarmos que suas atitudes são consequências desse trauma. Ele tem um perfil meio psicopata, bastante característico nos chefes de Estado em livros de distopia. Aquele personagem que querem nos empurrar como vilões. Eu ainda não o enxergo como vilão, penso que iremos nos surpreender em algum momento da série.
Ele tem como braço direito a chefe de guarda que não parece ser tão durona quanto a trama desejou colocar. E está sendo avaliado por Aline (Viviane Porto) justamente por seu trauma ser recente. E essa Aline é bastante ambiciosa, conseguimos enxergar isto desde o primeiro episódio.



Dentre os candidatos, desenrolam-se diversas histórias, a maioria de grande pobreza e com desejos de mudança de vida. Mas, percebemos também que existem aqueles que querem vingança, pois não confiam no Processo e acreditam que há injustiça em apenas 3% da humanidade possuir privilégios em Maralto. Estes são considerados inimigos do Processo e são rebeldes infiltrados para acabar com tudo. Não citarei os que são da rebelião porque é mais interessante descobrir durante os episódios.

Algumas críticas reclamaram da atuação, mas eu confesso que adorei, pois demonstraram tanto profissionalismo quanto o que vemos em seriados internacionais. Um ou outro eram ruins, mas logo saíram da história (não passaram no processo, morreram, etc) e não precisam ser citados.
Há um cadeirante, o que é um diferencial e tanto das distopias que estamos acostumados. Fernando (Michel Gomes) surpreendeu ao não desejar ir para o Maralto para buscar cura, o que ele quer mesmo é fugir de sua situação atual, de seu pai lunático e que criou uma religião que cultua o Casal Fundador e todo o Processo. Ele é um personagem forte e que, infelizmente, focaram pouco, pois o deixaram como um garotinho apaixonado em muitos momentos. Espero que na segunda temporada isso mude, já que o final foi de cair o queixo.
A Michele (Bianca Comparato) se destacou como protagonista na trama, no entanto, não senti a personagem forte como deveria ser. Ainda não compreendi qual o propósito de quem criou a trama e creio que seremos surpreendidos em breve. Suas intenções no Processo são claras desde o primeiro episódio e, enquanto assistimos, ficamos esperando o momento em que ela irá se revelar e virar o jogo.
A Joana (Vaneza Oliveira) e o Rafael (Rodolfo Valente) foram os que mais se destacaram para mim. Personagens secundários que fizeram mais pela trama que o casal protagonista. A Joana é uma brava guerreira da vida e está fugindo de seu passado e dos erros que cometeu no Continente. O Rafael parece ser apenas ambicioso em uma primeira impressão, mas foi crescendo, tomando espaço, se destacando e se tornou a esperança para o desenvolvimento futuro da trama.
Confio que ele se tornará o “tordo” e quem ama distopia com certeza irá entender a minha comparação.



Esse é um seriado que se deve dar atenção. Espero que muitos assistam para que o Netflix não desista de nos dar a continuação!

O final não foi um dos mais surpreendentes, me senti fechando um livro que deixou um milhão de respostas de fora e criou mais um milhão de perguntas. E isso é bom, porque, mesmo depois de dias, continuo pensando no que acontecerá a seguir.

Assistam, por favor!!! Obrigada haha.

Beijos,

Post válido para o TOP comentarista



19 comentários :

  1. Oi Mari, comecei a ouvir sobre essa série a pouco tempo e ainda não tinha lido muito sobre ela, por isso sua critica foi muito importante e me fez decidir ver a série, já tinha ouvido que algumas atuações desanimam, mas nem sou tão critica haha e como você disse que nesses casos os personagens não ficam muito tempo em tela isso não deve ser um grande problema. A ideia da distopia é bem interessante e fazer com que ela se passe no Brasil é ótimo, mas que futuro cruel, só 3% vivem bem rsrs. Assim que tiver a oportunidade vou querer conferir ;)

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  2. Oi Mari!

    ótima crítica!
    Eu assisti e gostei muito, tbm não gostei do final e de algumas partes, mas me surpreendeu bastante e claro, quero segunda temporada! rsrsrsrs
    Como vc, tbm amo distopias e fiquei muito feliz de ver que a Netflix está investindo em séries nacionais. Espero de vdd, que continuem assim!

    Bjo bjo^^

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  3. Oi Mari, é minha primeira vez aqui no seu cantinho e quero dizer que adorei viu.
    Sobre a série, acho que já vou deixar salvo na minha lista do NetFlix.
    Me arrepiei ao ver o trailer, fico muito feliz quando vejo algo de qualidade assim vindo do nosso país. Temos tantos talentos, já sei que vou gostar.
    Beijos
    Quanto Mais Livros Melhor

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    1. Obrigada pela visita Priscila! espero que tenha assistido!

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  4. Olá,fiquei curioso quando vi que a série era brasileira mas fiquei decepcionado porque por mais que a Netflix tenha inovado e feito um conteúdo de qualidade,a série se perde no roteiro e nas péssimas atuações e ao encerrar a temporada temos a impressão de que tudo foi um grande trailer. Beijos.

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  5. Oi, tudo bem?
    Adoro séries e quando vi comentários dessa , fiquei bem curiosa. Mas não sabia muita coisa sobre a mesma, então, lendo sua crítica, foi muito bom.
    Estou curiosa, mas tenho medo de acabar me decepcionando. Acho que vou aguardar a segunda temporada e ver os comentários. Já assisto a muitas e o tempo está bem curto.
    Mas torço para que seja uma boa série e que as respostas sejam respondidas de maneira aceitável.
    Beijos.

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  6. Tenho tantas séries atrasadas, que quase estou tendo um ataque do coração pra assistir tudo HAHA
    Mas como esse vício só aumenta, quero muito assistir 3% ainda mais sendo uma obra nacional. Estou bem curiosa.
    Parece ser uma história bem interessante. Estou vendo muitos comentários positivos e isso vem me deixado cada vez mais interessada.
    Gosto bastante do trabalho de alguns atores da série.
    Fico na torcida pra virem mais temporadas :)
    Beijos,
    Caroline Garcia

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Ainda não assisti 3%, mas to muuuuuuito curiosa mesmo! Também vi algumas críticas que falavam sobre a atuação, e por isso meio que desanimei de assistir bem no dia da estréia, e também por estar nas últimas semanas de aula tudo é muito corrido.
    Também adoro distopias, já li umas 6 séries do gênero e arrisco dizer que está no meu TOP 3 de favoritos. Ter uma Brasileira é simplesmente incrível! Com certeza irei assistir nas férias e tirar minhas conclusões.
    Espero que a netflix não desista de fazer as próximas temporadas, pois o Brasil precisa desse empurrão inicial para produzir mais :)
    Beijos

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  9. A série deu o que falar ao ser lançada e gostei do que vi dela, acho que seria bacana de assistir. Mas parece que no começo é tudo meio mais ou menos...
    A trama tem um jeito de ir ganhando força conforme os capítulos e pelo que vi acho que pode acabar sendo muito mais se conseguirem investir em tornar ela muito mais. Fazer a história ficar ainda melhor. Torço para que façam mais temporadas e vou esperar pra ver o que dizem. Queria assistir...

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  10. Oi!
    Assisti essa serie, sem saber nada da historia e gostei, acho que como foi a primeira temporada e tudo muito introdutório, tanto que sambem não senti o Ezequiel como um vilão. Estou bem curiosa para essa próximo temporada, pois ao mesmo tendo que vejo muita historia para ser contada, principalmente sobre o lado de cá, estou sem saber o que podemos encontrar no Maralto !!

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  11. Faz pouco tempo que comecei a ver postagens e divulgações sobre a série 3%, confesso que fiquei bem curiosa, mas não sabia ao certo do que se tratava a série, sua postagem contribuiu para mim entender do que se trata a série, e acabei achando bem interessante, espero que esta série ganhe destaque, pois parece ser muito boa, e como gosto muito de distopias, vou dar uma conferida na série e pretendo assistir.

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  12. ainda não assisti essa série!
    mas só estou vendo elogios, meus amigos estão doidos pela segunda temporada, talvez por isso que o final não seja bem "final" só espero que o netflix não faça isso com a gente de largar a série sem a continuação

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  13. Vi ela no netflix e pirei!
    Muito legal saber que o Brasil fez uma série tão boa!
    Ainda não vi, mas todos estão falando bem dela!
    Me sinto orgulhosa!
    Vou ver ela mais tarde!

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  14. Oii, já tinha visto alguns comentários sobre a série mais a tua foi a mais completa. Penso que a série é boa (dentro daquilo que se propõe a fazer). Sem falar que acho a ideia bem interessante, ainda mais sendo uma produção brasileira, afinal, é bem dificil vermos uma produção distopica nacional. Só faço uma ressalva, acho que ficou coisa demais no ar, eles deveriam responder mais e só depois criar mais algumas coisas para uma possivel continuação. Espero que a série faça sucesso para que assim eles criem mais histórias valorisando o produto nacional. Enfim, boa dica definitivamente.

    beijos

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  15. Oi Mari...
    Adoro distopias, mas ainda não vi nada sobre essa série na Netflix... Adorei sua crítica e ficou de dica pra mim... Com certeza vou assistir e tentar descobrir porque você comparou Rafael com o 'tordo'. Espero gostar tanto da série quanto você gostou...
    Beijinhos...

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  16. Amoooo distopias, e uma brasileira me deixou com muita vontade de conhecer, mas agora to sem Netflix =(
    Vou ter que ir acompanhando a visão dos blogs mesmo kkkk
    bjss

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