(E-book fornecido pelos autores em parceria com o Blog)
País
Imerso
Autores:
Jéssica Anitelli e Allan Cutrim
Gênero:
distopia
E-book
Amazon: País Imerso
Skoob:
País Imerso
Sinopse:
Um
segundo golpe militar se instaura no Brasil, mudando drasticamente a sociedade.
Tudo o que foi construído anteriormente se perdeu; a história desapareceu e as
pessoas estão fadadas a cometerem os mesmos erros.
Não
há mais instituições de ensino, e o livro se tornou artigo proibido; aqueles
que os têm, os rebeldes, são tratados como verdadeiros criminosos. A população
é analfabeta e os militares são a elite da sociedade, mantendo-se nos lugares
mais importantes do país.
No
meio disso tudo está Aline, uma jovem alfabetizada e de ideais rebeldes que
ingressará no serviço militar. Por mais que ela não saiba o porquê de sua
importância dentro do sistema, sua única certeza é: ninguém pode descobrir
sobre o seu conhecimento.
Prepare-se, pois, assim como Aline, você não acreditará no que o governo vem fazendo com as pessoas sem que elas desconfiem de nada.
Prepare-se, pois, assim como Aline, você não acreditará no que o governo vem fazendo com as pessoas sem que elas desconfiem de nada.
=== Resenha ===
“Tudo ocorrera rápido demais, violento
demais. Por onde corria, via sangue e corpos espalhados pelo chão”. Prólogo
Comecei com esse quote
para prepará-los. Jéssica e Allan não deixaram a desejar no sangue e na
violência nessa introdução à trilogia País.
A história se inicia
com Isabel ainda criança, fugindo com a sua mãe na tentativa de não levar um
tiro. No entanto, quando parecem seguras, são atacados e ela presencia a morte
de seus pais.
Isabel possuí uma
informação importante, que precisa levar adiante e é o que faz, quando sua
filha Aline já é uma adolescente. Ela ministra aulas de madrugada, dando a
filha conhecimento sobre o mundo antes do atual governo, preparando-a para o
que irá enfrentar.
O Brasil é um país
militarizado e a história tem foco na cidade de São Paulo, apesar de não serem
citadas ruas e somente em alguns momentos os autores citarem o lugar. É à
frente do nosso tempo, pois a tecnologia no livro é avançada e bastante
detalhada. Aqueles que assistiram Continnum irão se identificar com os móveis
interativos. Eu adorei!
O livro não cita o
ano em que a história se passa, apenas dá a informação de que pararam de contar
o tempo, o que não achei muito condizente já que todos precisam contar o tempo,
pois são obrigados a tomar uma vacina a cada cinco anos e todos morrem aos
quarenta anos, isso é uma contagem de tempo pra mim. Acredito que será um ponto
aprofundado no segundo livro, pois os protagonistas estarão melhor informados.
“— Com a ficção proibida e com as escolas
fechadas, podemos dizer que as pessoas ficaram no escuro por muito tempo.
Sequer havia a possibilidade de se reunir para estudar ou conversar sobre o que
vinha acontecendo no país, pois os profissionais do ensino simplesmente
desapareceram, e qualquer reunião poderia ser considerada um ato de rebeldia”.
Capítulo 1
Minha reação quando
li esse quote: OIII? AS PESSOAS NÃO SABEM ESCREVER? NÃO TEM ESCOLA? COMO? ONDE?
QUANDO?
Ler isso em um
momento tão tenso na cidade de São Paulo, com o governo fechando escolas e
juntando alunos em outras, deixa margem para fantasiarmos bastante com a
realidade.
Criar se tornou
proibido. Escrever. Todo tipo de arte ficou proibida. Até mesmo compor músicas
com letras foi proibido. Eles ouvem um tipo de música eletrônica, mas criar melodia
é compor, então há uma redundância ai. Gostaria que no livro 2 os autores se
aprofundassem sobre porque o governo permitiu criarem música eletrônica ou como
ela é feita.
O governo valoriza a
família e incentiva o consumo exacerbado. As pessoas não ficam doentes, porque
recebem uma vacina a cada cinco anos que as mantém saudáveis, no entanto, a
partir dos 35 começam a definhar, não passando dos 40 anos de idade.
Aline é ainda
adolescente, mas a mãe a preparou para ingressar no serviço Militar. Mas não
pensem que ela foi até o quartel general e se inscreveu, nada disso, a Seleção
é a maneira que o governo encontrou para manter o destino das pessoas em suas
mãos e acontece para todo mundo assim que completam quinze anos.
“No começo questionou sua mãe sobre a razão
que a levara a ensinar tantas coisas acerca do passado do país, informações
cujo acesso nunca teria. Isabel apenas respondeu que o conhecimento era a única
coisa que ninguém tiraria dela e que acreditava que, em um futuro próximo, tudo
mudaria para melhor”.
Enquanto Aline se
prepara para a Seleção, torcendo para ser escolhida para a carreira militar,
seu irmão Denis, de apenas 7 anos, vai trabalhar. Sim! Uma criancinha
trabalhando. Chamem um advogado para garantir o direito da criança e do
adolescente nesse Brasil militarizado!
“As crianças, dos 6 aos 12 anos, trabalhavam
nos campos de alimentos. Elas eram as responsáveis pela produção da comida
consumida pela população. O governo alegava que tal trabalho já as preparava
fisicamente para o serviço militar e criava uma grande responsabilidade perante
a família”.
País imerso vive em
uma sociedade que valoriza o militarismo e a família e possui crenças tão
enraizadas que as pessoas não estranham viverem tão pouco e todas morrerem com
a mesma idade.
A morte não é
tratada com seriedade, mas como algo corriqueiro. Um familiar morre, é levado
pela equipe de recolhimento de corpos e a vida segue. Não há luto, não há
enterro. Não há nada. Se vive plenamente, correndo para não perder nada da
vida. Por isso as crianças trabalham cedo e são designadas as suas funções na
sociedade cedo também.
Como são designadas?
Elas são monitoradas desde seu nascimento para que o governo conheça suas
aptidões, vão para os campos de colheita e depois para os centros militares,
até completarem quinze anos e descobrirem seu lugar na sociedade. A maioria
deseja ser militar e as outras funções são vistas como menores. Há um bullying
enorme com aqueles que são designados para funções que não são no militarismo,
partindo dos próprios familiares muitas vezes.
A Aline se mostrou
uma personagem de quinze anos. É irritante ficar em sua cabeça o tempo todo e,
por sorte, temos outros personagens que narram também. Apesar de serem
obrigados a amadurecer muito cedo, a forma de pensar da Aline – mesmo sendo uma
das únicas pessoas que sabe ler, que tem algum conhecimento sobre o passado e
alguma ideia do que o governo está aprontando – mostra uma garota birrenta, com
ideias fracas para o tanto que lhe foi ensinado. Ela sabe se defender
fisicamente, foi treinada por três anos para o militarismo, mas não tem
qualquer disciplina como se espera de alguém que foi preparado para esta
carreira.
O Alexandre também.
Pra mim ele é uma versão masculina da Aline, diferenciando-se dela na ousadia
de querer um relacionamento e por, aparentemente, não ter o mesmo conhecimento
do passado que ela.
Heitor foi meu
personagem favorito, mesmo aparecendo pouco na trama e tenho fé que ele se
torne maior no próximo livro. Como adoro juntar casais, eu torço para que ele e
a Aline fiquem juntos e ela amadureça um pouco, porque ele bem mais maduro.
Eles enfim vão para
o treinamento e, em sua primeira missão, todos caem em armadilhas que não
pareciam estar preparados para enfrentar, apesar de tantos anos de treinamento
e de terem sido avisados que provavelmente encontrariam rebeldes. Por sorte,
ninguém morre e ainda voltam com um suvenir: um rebelde.
Rebeldes: todos os
que detém algum conhecimento e vão contra a ditadura do presidente Nicolae III.
Alguns estão infiltrados entre os alienados (os que vivem debaixo da tutela do
governo), outros vivem escondidos em acampamentos rebeldes. E todos eles
possuem um único objetivo: mudar a realidade do país.
Alexandre, líder
junto com a Aline, é um rapaz moldado à imagem do militarismo da realidade do
livro. Chato, prepotente, infantil e arrogante. Tudo ao mesmo tempo o que nos
faz desgostar dele a maior parte do tempo. O final do primeiro livro nos deixa
boquiabertos e compreendendo melhor esse personagem. Confesso que estou
esperando muito dele em País Corrompido, o próximo livro.
“Eles procurarão por vocês e, se
encontrarem, é execução na certa”.
Sem me prolongar
mais no resumo para não dar spoilers, vou comentar a minha experiência com a
leitura. Como muitos sabem eu sou apaixonada por distopias, gosto
principalmente das que nos levam a torcer pelos rebeldes e a tentar desvendar
as verdades junto com os personagens. Allan e Jéssica trabalharam bem nesses
pontos, mas deixaram algumas pontas soltas em outros e acredito que trabalharão
melhor certos detalhes nos próximos volumes.
Senti falta de uma
ligação entre algumas cenas. Eles ficaram muito preocupados em manter a ação no
livro quase o tempo todo, que tive a sensação de “pulo no tempo” em alguns
momentos da leitura mesmo sendo corrida, sem passagens de tempo. Apesar disso,
gostei da trama, tem tudo para ser bem aceita, principalmente com a realidade
que o nosso país enfrenta. Podemos ser alfabetizados, mas muitos estão
alienados, não compreendem de fato a corrupção, o governo e até certos
benefícios que recebemos para não enxergarmos os podres.
País Imerso me
deixou bastante pensativa e acredito que fará isso com a maioria que der uma
chance à leitura. Pensativa com a nossa realidade, com o quanto o livro se
assemelha ao que vivemos hoje e o quanto nos mantemos cegos. Eu sou a primeira
a admitir que odeio política e pouco sei sobre esse tema. Assisto o jornal,
concentrada em quanto tempo falta para a minha novela e, acredito que a maioria
é como eu. As informações nos são repassadas, mas pouquíssimos as absorvem como
deveriam. E por que não fazemos nada? Porque estamos acomodados.
Depois de ler País
Imerso me perguntei se eu faria alguma coisa se pudesse. Se eu iria contra o
governo. E honestamente, nem sei o que poderia fazer para melhorar o nosso país,
mas espero descobrir, mesmo que seja algo muito pequeno perto do necessário.
A letra nos dá uma
voz e o Allan e a Jéssica ousaram gritar através da ficção e sou orgulhosa de
ler esse livro e passar adiante.
Não, o livro não se
infiltra em politica, não é chato, bem o oposto, li em quatro dias só porque
não tive tempo para terminar antes. A leitura flui rapidamente depois que os
treinamentos começam. Tem muita ação, pouco romance (ainda assim eu torço pelo
meu shipp) e é instigante.
Espero que tenham
gostado da resenha e que leiam o e-book! Depois vem aqui me contar e pedir pra
esses dois lançarem logo o segundo volume!
Beijão,
Olá, Mari.
ResponderExcluirAmei a resenha. Muito obrigada pelos comentários e apontamentos, são todos muito bem recebidos por nós.
E que venha o País Corrompido \o/
Abraços
Jéssica Anitelli
É tão bom ver que você se encontrou no livro <3
ResponderExcluirSim, ainda tem muita coisa a acontcer (Dica de beta: você vai ficar em dúvida se ama ou mata os dois autores). Algumas das pontas soltas foram propositais... Espero que você continue amando assim como eu (Finalmente tenho com quem surtar e xingar eles <3)
Beijos, Mari!
Nossa, que resenha ótima! Eu totalmente amo distopias, sendo super fã de jogos vorazes, divergente e a seleção (modinhas? Haha, não, são óoootimos!) e alguns outros que não me recordo o nome, mas enfim, achei interessante esse novo mundo, mas não me chamou tanta atenção, apesar de ter gostado bastante do que descreveu dos personagens. Quem sabe não lerei um dia, né!
ResponderExcluirhttp://vorazesleitoras.blogspot.com.br/
Aqui é a Top comentarista Lilian Huzyk, ok? Apesar de estar com outro perfil, já pode computar nos pontos pro sorteio!
ExcluirAmei a capa e fique louca para ler, essa resenha está incrível, vou correndo ler!
ResponderExcluir#Leituradeverão