[Resenha] Paraíso

 

 

 

 

Paraíso

Autor: Deyse R. Nicole

Editora Novo Século

Gênero: romance

Sinopse:

Está é a história de uma mulher como muitas outras. Marcada por suas tragédias pessoais, cansada, sem expectativas ou sonhos, Débora deixa sua família e parte em busca de uma nova vida. Sua fuga a levará a um lugar distante de tudo o que ela conhecia. Uma grande fazenda, localizada na pequena cidade de Vila Paraíso. O lugar a surpreende de diversas maneiras. A paisagem é de tirar o fôlego, o novo trabalho é tudo o que ela precisava, e as pessoas, a extensão de sua própria família. Tudo parecia perfeito, mas Marcos, um dos donos da fazenda, vai macular a perfeição desse Paraíso. Ele fará de tudo para afastar Débora de sua fazenda, transformando a tranquilidade de sua nova vida numa sucessão de acontecimentos surpreendentes e angustiantes. Os dois irão travar uma batalha visando proteger suas feridas e esconder as cicatrizes que carregam dentro de si. Porém, um poderoso sentimento surgirá entre eles, fazendo-os abandonar seus princípios e questionar sua própria sanidade. Poderá esse sentimento apagar todas as cicatrizes que eles carregam? 

Onde comprar: Extra

Skoob: Paraíso

 

=== Resenha ===

  

Por culpa da escritora Keila Gon, eu fiquei louca para ler esse livro, mas na época em que comprei (no ano passado, só para constar), eu não estava em uma boa fase para ler romances. No mês passado a autora disponibilizou o e-book gratuitamente na Amazon e eu baixei, e fiquei irritadíssima por ter demorado tanto para começar a ler.

A Keila tinha toda razão: melhor história ao estilo “A Bela e a Fera” que eu já li! Se bem que, o Vincent de Cores de Outono, continua sendo meu preferido. Desculpa Marcos!

 

Paraíso conta a história de Débora, uma mulher marcada pela violência doméstica e por perdas irreparáveis. Ela é professora e consegue a oportunidade de lecionar em uma fazenda longe da cidade onde mora e de tudo o que lhe dá péssimas lembranças. Tudo o que ela acredita que precisa para superar seus traumas.

Débora passa a sensação de ser uma mulher espirituosa e madura. Tem respostas rápidas e deliciosas de ler. Adorei a personalidade dela, mesmo quando a insegurança começa a se sobressair, pois alguns traumas falam mais alto quando precisamos confiar em alguém.

 

"Olhei as cicatrizes quase invisíveis em minhas mãos. O tempo apagava-as lentamente. Pena não fazer o mesmo pelas cicatrizes da alma. Essas estavam nítidas como se houvessem sido feitas recentemente. E era difícil conviver com elas".

 

Marcos tornou-se rema de família logo após a morte de seu pai, buscando reerguer a empresa que possuem, procurando lucro com o gado e a terra e também traçando planos para tornar um sonho antigo de seu pai em realidade: terem sua própria safra de vinhos.

No entanto, Marcos carrega cicatrizes internas tão ou mais profundas que a Débora e este passado conturbado, o tornou um homem áspero, de difícil trato e convivência.

 

 

"Aconteceram algumas coisas e ele se afastou de todos. Mas é um cara muito bacana. Só não teve muita sorte. Tente não se deixar intimidar por ele. Vai ignorar você no começo, mas talvez mude de ideia quando lhe conhecer melhor".

 

 

O problema para Débora é que, apesar de ter sido avisada que Marcos poderia ser muito rude, ela não estava esperando que ele fosse tão lindo de ser ver. A personagem o descreve como o Wolverine e quem não gostaria de ter as garras do Wolverine sobre si? Hm?

A história viaja entre o relacionamento destes dois, mas também sobre a convivência em família, o que torna ainda mais prazerosa a leitura.

 

A fazenda possui o nome de "Boa Vista" e é localizada em uma pequena cidade do interior chamada "Vila Paraíso", uma região montanhosa e perfeita! A Débora se “perde” algumas vezes nessa paisagem, nos permitindo conhecer bastante os arredores e a escola. Ela se envolve em muitos problemas nesses passeios e temos a chance de conhecer o lado super-herói do nosso ogro-mor Marcos.

 

"Misterioso e espetacular. Um desses lugares onde a natureza deslumbra-se em tons e nuances impossíveis de serem copiadas. Uma verdadeira obra de arte do grande criador".

 

A propriedade é tão grande que todos na cidade a chamam de “feudo”. É bem conservada e administrada. E muitos na redondeza trabalham para a família, tornando os dias sempre corridos e as noites divertidas. Os proprietários vivem em um casarão tão grande, que o quarto onde a Débora dorme é praticamente um apartamento com sala, cozinha própria e suíte.

 

Apesar de serem podres de ricos, a família não ostenta, mas é acolhedora e muito humilde. Eu amei a Dona Carmem, mãe dos garotos, como ela carinhosamente chama os filhos Marcos, Max e Leo.

 

Marcos nós já conhecemos. É o mais velho, mais centrado em seus deveres e muito insuportável quando quer, mas tão intenso que chega a dar frio na barriga quando ele entra em cena.

Max é marido da Eva, uma ruiva com poucas curvas, atrevida e fofoqueira. Fofoqueira em um bom sentido, pois por culpa desse pequeno defeito, ela acaba ajudando tanto a Débora como o Marcos. Ela rapidamente se torna a melhor amiga da professora.

Léo é o caçula e conhece bem seu charme, porque ele atira para todos os lados e é muito galanteador com as mulheres, principalmente com a Débora, o que causa cenas hilárias de ciúmes.

Léo foi um dos meus personagens preferidos, porque ele foi constante, apesar de pouco explorado em seus próprios medos.

A Dona Carmem é uma mulher que passa vida e felicidade, mesmo sendo viúva. Ela deseja que as pessoas ao seu redor estejam sempre felizes e ocupadas. É uma mulher maravilhosa, a sogra dos sonhos de qualquer um e a mãe também haha.

 

Os desencontros na trama foram bem desenvolvidos, deixando o leitor com uma vontade doida de dar na cabeça do bruto Marcos para que ele entenda de uma vez que é ele que precisa “virar homem” e tomar uma atitude que resolva tudo.

Nós sabemos que o casal poderá ficar junto, mas acompanhar essa trajetória é que dá prazer na leitura.

 

"― Minha. Você é minha, entendeu? ― sussurrou ele entre meus lábios. Deliciosamente possessivo. E eu quis dizer que sim, eu era dele. E não queria ser de mais ninguém".

 

 

Espero que todos leiam Paraíso e se apaixonem pelo carrancudo Marcos, assim como eu.

 

Beijão, Mari Scotti

 

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