(foto da página do autor)
Para Continuar
Autor: Felipe Colbert
Editora Novo Conceito
Sinopse:
Envolver-se
com a jovem Ayako é a oportunidade perfeita para Leonardo César esquecer a sua
vida tediosa e perigosamente limitada, tudo por culpa do seu coração defeituoso.
Enquanto
isso, com a ajuda de seu avô, Ayako tem a difícil missão de manter inacessível
um porão de dimensões que vão além da loja de luminárias que ela gerencia,
repleto de milhares de lanternas orientais, cujo mistério envolve os habitantes
do bairro da Liberdade.
A partir dos
crescentes encontros entre Leonardo e Ayako, uma nova lanterna surgirá para os
dois. Eles terão que protegê-la com afinco, ou tudo que construíram juntos
poderá desaparecer a qualquer momento.
O que ninguém
conseguiria prever é que Ho, um jovem chinês também apaixonado por Ayako,
colocaria em risco o futuro desse objeto. E com ele, o sentimento mais
importante que dois seres humanos já experimentaram.
Skoob: Para Continuar
Pontos: 5
=== Resenha ===
Oi meus amores, como vão?
Senti muita falta de vocês nesse último mês, mas
aos poucos vou retomando as postagens e enchendo de indicações de leituras.
Demorei um pouco a finalizar “Para continuar”
devido a correria para a Bienal do livro no RJ, e porque pretendíamos postar
uma resenha dupla, eu e o Marcelo Rocha. No entanto, decidimos postar cada um
em um blog, porque essa história merece.
Conheci o Felipe Colbert depois que publiquei meu
primeiro livro pela editora Novo Século. Como a maioria faz, eu também sai
adicionando um monte de pessoas da área e descobri que ele dava cursos para
novos escritores como eu. Depois de participar duas vezes do curso dele e de
ler o livro “A Última Nota”, resenha aqui, fiquei ainda mais encantada com o empenho dele em ajudar a literatura
brasileira a se aperfeiçoar.
Quando a Novo Conceito divulgou o livro Para Continuar, eu soube que precisaria
ler e fico feliz em compartilhar com vocês as minhas impressões.
Leonardo é um jovem estudante universitário, que
não trabalha e passa boa parte do seu dia enfurnado em casa, estudando ou
desenhando em seu tablet. Uma doença
o impede de fazer muitas coisas que gostaria, pois possui dentro do peito um
coração que bem poderia ser uma bomba relógio que pode explodir ou parar de
funcionar a qualquer instante. O tédio do dia a dia e a tristeza de ter
terminado um relacionamento recentemente o incomodam e isso se reflete na forma
que ele conversa e reage as neuroses (preocupações seria a palavra mais
sensata) de seus pais.
Como a maioria dos paulistas, ele usa o metrô como
principal transporte para rodar a cidade. Em um desses dias, ele repara em uma
garota asiática sentada próxima dele.
Essa cena me levou rapidamente a minha vida diária.
Eu trabalho muito longe da minha casa e uso a linha verde do metrô para
encurtar um pouco dessa distância e já me flagrei olhando as pessoas, como se
relacionam, como se olham no metrô. Já até rascunhei uma ideia de romance que
acontecerá no metrô e fiquei fascinada com a coragem do Leonardo em se
aproximar da garota do metrô em uma tentativa frustrada de contato. Eu nunca
teria feito isso!
O primeiro contato entre eles é fofo e não sei se
na vida real alguém agiria como a moça, se pensarmos que um cara se aproximando
do nada pode ser um pervertido e tal. Mas funcionou bem para a história.
Leonardo não desiste e passa a procurá-la entre as
pessoas no metrô e, um dia, a segue até uma lojinha de lanternas chinesas no
centro da cidade.
Ayako é neta do dono da lojinha de luminárias. Uma
garota centrada em seu dever e que aprendeu muito cedo que nem tudo na vida são
flores. Perdeu os pais em um acidente de carro e, em troca, recebeu responsabilidades
de uma pessoa adulta. Ela é quieta e observadora. Amável e misteriosa. Tudo na
medida certa para instigar a nós leitores.
Ho é próximo de Ayako e seu avô. Um rapaz com
problemas mentais, ao menos é o que parece, e que age como criança na maior
parte do tempo. Ele auxilia os dois na loja de luminárias e nutre um amor platônico
pela garota.
Quando o Leonardo e a Ayako se encontram pela segunda
vez, o Ho tem um ataque de ciúmes e loucura, o que o torna um antagonista forte
para a trama. Assim como Kong, um bandido conhecido na Liberdade e que está
diretamente envolvido com a máfia Chinesa.
Aos poucos o casal encontra uma forma de se ver sem
a interferência do Ho ou do avô dela e nem a intromissão dos pais de Leonardo,
que vivem em constante alerta devido seu problema no coração. Ele tem receio de
revelar sobre sua doença e a esconde o tempo todo das pessoas que o cercam.
O segredo de Ayako é tão ou mais grave que o que Leonardo
esconde dela e a relação pode estremecer radicalmente quando ambos descobrem a
verdade.
A história é narrada em primeira pessoa por
Leonardo e em terceira pessoa quando outros personagens narram. A ideia foi
genial, mas não funcionou muito bem para mim. Talvez porque não consegui ler o
livro todos os dias e precisava me adaptar a leitura todas as vezes que a
retomava. Mas deu pra sentir muito bem o quanto o Felipe se empenhou neste
livro. É fácil para o leitor entrar na cabeça de um personagem quando ele narra
com sua própria voz e a terceira pessoa deixa a narrativa sutilmente mais distante,
fazendo com que o autor possa esconder informações com maior facilidade. Foi
genial, como disse antes!
O Felipe fala um pouco sobre a cultura asiática e
nos leva, através da leitura, a algumas festas que acontecem na Liberdade,
também pincela um pouco de como é o pensamento tradicional dos chineses.
Confesso que pensei que se aprofundaria muito mais, também na doença do Ho ou
do Leonardo, mas acredito que se houvessem mais detalhes, a história ficaria
com muita narrativa e entediante, por esse motivo, dou todo crédito a perspicácia
do autor.
O final da história não é tão inesperado, mas
condiz muito com o que o livro promete ao leitor. A fantasia e a realidade se
mesclam de tal forma, que se dá até vontade de sair pelo bairro da Liberdade,
pedindo para olhar os porões e saber o que há neles e se escondem a magia
tratada no livro.
É um romance encantador e mágico e que vale cada
linha!
O meu exemplar viajará para as mãos do Marcelo em breve e como eu sei que ele é mega fã do Felipe, estou louca para ler a resenha dele. Quando ele postar, divulgo o link para vocês.
Beijão,
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