Resenha: Fragmentados




Fragmentados
Livro 1 – Série Fragmentados
Autor: Neal Shusterman
Editora Novo Conceito
Sinopse:
Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria.
Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe.

O vencedor do Boston Globe-Horn Book Award, Neal Shusterman, desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo.


Skoob: Fragmentados
Onde comprar: Saraiva (27,90) - Submarino (R$ 25,20)
Nota: 4

=== Resenha ===

Eu não costumo dar nota para os livros que leio, mas comecei a perceber a importância disto ao procurar resenhas de outros livros e decidir ler de acordo com a média de estrelinhas. A falta de tempo nos faz reduzir a quantidade de leituras de algum modo, certo? Haha.

Fragmentados foi nos enviado em parceria com a Editora Novo Conceito. Eu estava ansiosa por essa leitura desde a primeira aparição de uma possível distopia estrangeira sendo publicada pela NC. Quando postaram na página do face o Book Trailer desse livro, eu morri em cólicas de tanta ansiedade!
Para deixá-los ansiosos, assistam ao BT antes de continuar a leitura:


Surreal não?

Fragmentados nos apresenta uma sociedade que vive pacífica após a guerra conhecida como Guerra de Heartland. Para desenvolver a paz, os governos que lutavam entre si, criaram a Lei da Vida que nada mais é que a aprovação do uso de todo o corpo de um ser humano entre os 13 e os 17 anos. A fragmentação é decisão dos pais ou responsáveis pelo adolescente e, na maioria das vezes, é escolhia para aqueles rebeldes sem causa, que só dão trabalho e deixam as pessoas tão irritadas, que a única saída é enviá-los para a Fragmentação.


“A Lei da Vida declara que a vida humana não pode ser tocada 
desde o momento da concepção até que a criança chegue à idade de treze anos”.


A humanidade, ou grande parte dela, enxerga a Lei da Vida como uma solução e não como assassinato, pois acreditam que o Fragmentado continuará vivendo, mas em partes, inseridos no corpo de outra pessoa que precisava de transplante.
Na época em que a história acontece, a tecnologia está tão avançada, que até o córtex cerebral é utilizado!
Este é o primeiro livro da série e o início pode ser muito cansativo, mas eu sugiro que aguente firme, pois próximo dos 70% da leitura, as reviravoltas ficam mais tensas e podemos sentir como a história irá evoluir agradavelmente nos próximos volumes.
Toda a enrolação da primeira metade do livro é necessária para que nós leitores sejamos inseridos à realidade apresentada em Fragmentados, para que compreendamos como a mente do ser humano esta distorcida e o motivo de muitos aceitarem facilmente a morte de crianças. É cansativo, mas nos ajuda a compreender o final.
Fiquem muito atentos às citações das lendas sobre a fragmentação. Vocês irão se surpreender!
Logo de cara somos apresentados a um fragmentário que aceita sua condição como se fosse pelo bem da humanidade. Mais à frente na leitura, reconhecemos a frase na narração de um dos personagens e conseguimos entender melhor o motivo de ele não estar revoltado por saber que vai morrer. Ele não acredita na morte, mas sim que viverá e será alguém melhor se estiver em outra pessoa. Aos pedaços.


Connor é um típico adolescente. O ruim é que ele decidiu ser estourado e desobediente em uma época que é fácil para os adultos se livrarem desse tipo de problema. Ele nasceu em uma família feliz, ao menos até deixar de ser uma criança. Próximo de seu aniversário, ele descobre os papeis da Ordem de Fragmentação assinados por seus pais e sabe que logo deixará de existir na forma em que todos o conhecem.
Ele fica revoltado, esconde dos pais que sabe sobre a fragmentação e se torna o filho exemplar intentando ferir seus pais. Connor sabe que uma vez que a Ordem esteja assinada, nenhum arrependimento fará com que seja liberado, mesmo que seus pais desejem isto e é o que torna a tortura diária, mais prazerosa. Até perceber que deixar seus pais angustiados pela escolha irreversível, não mudará o fato de que ele será despedaçado. Literalmente.
Em um acesso de clareza, ele foge de casa e é aí que a aventura começa.

Risa Ward (eu amei o sobrenome por motivos de “Agents of Shield”!) foi criada em uma Casa Estatal. Nessa sociedade onde crianças são fragmentadas para que seus órgãos e membros sejam utilizados, há também outro pensamento contraditório: as cegonhas. Apesar de não retratar se Risa foi entregue em um lar antes de ser enviada a uma Casa Estatal, cabe contar este detalhe sobre a trama.
Mães que engravidaram e não desejam o filho, têm o direito de deixar a criança na porta de qualquer pessoa. Ninguém as julgará por abandoná-los e elas são chamadas de cegonhas. No entanto, se a mãe for pega deixando a criança, a lei a obriga a ficar com o filho, por isso a maioria delas larga o bebê na porta de alguém e torce para que a criança não morra congelada ou em um ataque de algum animal (cachorros, por exemplo) enquanto espera alguém abrir a porta.
O ruim é que a prática tornou aqueles que recebem essas crianças, pessoas práticas. Uma nova cegonha na família pode ser considerada um fardo e não uma benção e a maioria destas crianças vão parar em orfanatos.
Risa cresceu em um destes orfanatos. Todas as crianças criadas em Casas Estatais recebem o sobrenome Ward, há um motivo, mas não vou revelar.
Ela é uma grande pianista, mas não a melhor. Sabe cuidar de crianças menores, no entanto estas qualidades não fazem muita diferença, pois a idade dela está avançando e o Governo tem muitas bocas para alimentar. E, mesmo sendo uma garota exemplar, Risa se torna mais uma na fila da fragmentação.

Lev é o décimo filho. Cresceu conhecendo seu destino. Sabendo que quando atingisse a idade de treze anos, seria o dízimo de sua família, a décima parte doada para a humanidade em forma de fragmentos. Ele é feliz com essa condição, pois sabe que é alguém especial. O pastor Dan e sua família o tratam como alguém especial. As pessoas o olham como um ser divino, mesmo tão novo.
No entanto, em sua festa de dízimo, as coisas parecem sair do controle e Lev se vê questionando o porquê de todas as garotas de sua escola dançarem com ele, quando nunca o fizeram. Do motivo de seu irmão mais velho estar bêbado quando deveriam estar celebrando. Do por que seu pastor não consegue encará-lo nos olhos. Todos sabem que ele continuará vivo, servindo a outras pessoas. Talvez até se torne famoso em mais de uma de suas partes. Talvez faça mais do que a diferença para mais de uma pessoa.
Mas não entende porque não sente a mesma paz que sentiu por treze anos quando está a caminho do Campo de Colheita.

A vida destes três jovens e mais outros, se conecta devido a morte irreversível. Connor quer com todas as suas forças sobreviver até os dezoito anos, quando a sociedade não poderá mais fragmentá-lo. Risa também odeia o fato de ter feito tudo certo e mesmo assim não ter sido suficiente. E Lev quer que seu proposito aconteça o mais breve possível, pois não sabe lidar com os questionamentos internos que surgiram quando seu momento, finalmente chegou.
O encontro deles agita a história e vocês irão se surpreender com todas as reviravoltas.


"No final das contas, cada um desses jovens, exatamente como
todos os fragmentários, tem uma história que merece dez pontos na escala de choradeira".


Sem maiores spoilers vou dar minha conclusão final:
De início eu esperava mais da história, principalmente depois de assistir o book trailer que deixei ali em cima pra vocês. Aguardava uma trama cheia de sangue, mortes, pessoas revoltadas e encontrei a história de três jovens distintos, que tinham em comum o mesmo destino. Apesar de acreditar que o início poderia ter sido mais bem aproveitado para instigar o leitor, é compreensivo que o autor tenha escolhido a forma de fragmentos para contar a história. Pedaços de informações são inseridas no decorrer da narração, formando um todo quando estamos próximos do final. E é incrível! Fragmentados tem tudo para ser a próxima distopia mais querida dos brasileiros. E não vejo a hora de ter noticias sobre as continuações.
A Novo Conceito prometeu nos revelar assim que souberem as previsões!
A única coisa que me incomodou foi a tradução. Achei falhas narrativas em alguns momentos e não sei se foi o autor que escreveu errado ou traduziram errado. A historia é narrada em terceira pessoa e, em algumas frases, palavras foram utilizadas em primeira pessoa. Apesar deste incômodo, a leitura fluiu bem e não desmerece o livro.


"Nunca ocorreu a vocês, fragmentários, que podem
ser melhores, até mais felizes, em estado dividido?"


Espero que tenham gostado da resenha! Deixem comentários ou vou mandar fragmentar vocês!



Não se esqueçam que está rolando a Semana Guardião durante todo o mês de agosto e participem do sorteio.


Beijão,



2 comentários :

  1. Oi, tudo bem?! Conheci o blog agora, mas já adorei! Já estou seguindo e curtindo a fan-page. Parabéns :))

    Acabei de ver uma resenha desse livro (positiva), e agora me interessei mais ainda \o/ Adoro distopias....
    Abraços do Dan
    •bookdan.blogspot.com
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  2. Oiiii
    Parabéns pela resenha super bem detalhada!
    Eu tbm pirei qnd vi o book trailer desse livro na fanpage da NC, genial!
    Pena que a história é parada no começo, livros assim me desanimam um pouco... Mas ainda quero muito ler!
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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