[Resenha] O terceiro testamento







Livro: O Terceiro Testamento
Autor: Christopher Galt
Editora: Jangada
Onde encontrar: Saraiva – Amazon
Sinopse: O mundo parece estar enlouquecendo. Em toda parte, as pessoas começas a ter visões. Um adolescente francês assiste a Joana D'Arc ser queimada na fogueira e até tenta tirar uma foto com o celular. Uma garota chinesa se vê diante de um animal pré-histórico. Um rapaz do litoral norte europeu testemunha o desembarque dos vikings. E a presidente dos Estados Unidos tem visões de seus antecessores dentro da Casa Branca. Ninguém sabe se essas aparições são uma espécie de alucinação coletiva, uma doença virótica causada por bioterrorismo ou um prenúncio do que, segundo algumas religiões, ocorrerá antes do Apocalipse: O Arrebatamento, quando Jesus vem buscar os escolhidos antes da batalha final entre as forças do Bem e do Mal. Com o tempo as visões se tornam cada vez mais reais, vivas, apocalípticas. Ocorrem suicídios em massa em várias partes do mundo. Algumas pessoas se voltam desesperadamente para a religião. Cientistas buscam uma explicação racional. O psiquiatra e neurocientista John Macbeth, à frente de um projeto para criar uma inteligência artificial autônoma, busca freneticamente uma resposta. Com uma equipe de cientistas e agentes do FBI, ele se empenha para descobrir o que está acontecendo antes que seja tarde demais. E descobre que a verdade por trás de tudo pode mudar os rumos da humanidade para sempre. E até custar sua vida. Uma história eletrizante que o fará questionar a sua perspectiva da realidade. E até mesmo a sua sanidade...


=== Resenha ===



Confesso que quando li a sinopse desse livro e vi a capa, imaginei algo mais leve de se ler, apesar da complexidade da história. Quando o livro chegou, logo iniciei a leitura, e culpei a ressaca literária por não conseguir me conectar à história. Para ajudar a fluir melhor, comprei o e-book, mas nem lendo no Kindle, a história mexeu comigo como eu esperava. Demorei horrores para compreender o andamento da narração, já que ela é intercalada por inúmeros personagens e sem uma conexão lógica (não no início). Por esse motivo, eu atrasei bastante a resenha e peço desculpas à editora por isso.

Mas, vamos descobrir o que achei?


O terceiro testamento é uma mistura apocalíptica e de ficção científica, pois nos apresenta a um mundo futurista, onde há um incrível avanço tecnológico. Ao menos é o que a narração do doutor Macbeth nos faz acreditar.
Há uma sensação crescente nos narradores que o avanço genético pode ser o que está levando as pessoas a enlouquecerem. Um homem morreu de inanição, outros vinte e sete saltaram de uma ponte, felizes por estarem seguindo seu propósito. Um jovem se jogou de um prédio levando um padre junto, dizendo que havia mais. Um homem russo se dizia Filho de Deus. Muitas coisas estranhas estão acontecendo e ninguém compreende a ligação entre elas e tudo ocorreu antes do começo. E se prestarem muita atenção aos fatos e detalhes, perceberão que começou mesmo com pessoas com olhares perdidos, ouvindo vozes e com a sensação de estar em outro tempo, outra época, vendo coisas estranhas e até as sentindo.
No início nos deparamos com uma pessoa vivenciando a morte de Joana D’arc! E ninguém sabe porque e como essas visões acontecem, nem como os indivíduos são tocados por elas; se é que podemos dizer que são tocados! Não se sabe se é um vírus, uma doença ou algo maior.



"Mas, na verdade, tudo começou com o olhar perdido, o semblante inexpressivo das pessoas."


John Macbet, o psiquiatra que citei antes, está à frente de um projeto para criar uma inteligência artificial autônoma, ou seja, um cérebro com sensações humanas, que vai ajuda-los a compreender melhor o ser humano e suas psiquês. Ele está em busca de uma resposta sobre essas anomalias, tentando compreender a si mesmo no meio do caos de suicídios e loucura.
Ele foi um personagem muito bem construído. Ele não sabe muito sobre si mesmo, tem uma ligação louca com as coisas e suas simetrias, procura à todo custo, não se perder em pensamentos e teorias, focando-se no agora, na arquitetura, mobília, em quem está à sua volta. E o leitor se sente tão perdido quanto ele, enquanto ele busca a si mesmo e à verdade.
Mas, ele não é o único em busca da verdade e, de repente, até o FBI se envolve, unindo-o a mais alguns cientistas, doutores e especialistas.
O problema é o que eles irão encontrar.



"A coisa mais fácil do mundo é enganar os sentidos e induzir a mente a aceitar como verdade o que é falso."



Passamos o início do livro com uma ruga no meio da testa. Sentindo que sabemos o que está acontecendo e ao mesmo tempo, desejando descobrir se estamos certos. Também, pedindo que a trama se desenrole e faça algum sentido. Eu demorei, mas quando as revelações começaram, não consegui mais largar o livro.
Aquele ponto de interrogação de que o que estamos vivendo junto com os personagens não é real ficou comigo o tempo todo e não vou revelar se estava certa ou não. Este é um daqueles livros que você precisa ler para saber se vai gostar e se envolver.
Não sou de ler ficção científica, mas sou devoradora de distopias e tramas apocalípticas, essa mistura me deixa muito curiosa e ávida, pois penso muito em como será o nosso futuro com tudo o que tem acontecido em nossa realidade.



"O problema com os fenômenos notáveis e extraordinários é que, quando fazem parte do cotidiano, tornam-se por definição irrelevantes e corriqueiros. Aquilo que desperta assombro e perplexidade deixa de ser percebido".



Macbeth narra boa parte da trama e isso fará todo o sentido no final; o que não funcionou muito bem para mim foram as demais narrações, porque boa parte começou a fazer sentido quase no final e um livro precisa prender o leitor no início ou ele nem chega no final. Acho essa a única crítica que eu faria.
Preciso ressaltar que talvez este não seja um livro feito para mim, mas para outro tipo de leitor, um mais paciente, que não espere muita ação ou romance em uma história e que não se importe em ser levado à diversos lugares e mentes sem compreender o porquê.

A escrita do Christopher me surpreendeu positivamente. Ele tem um jogo com as palavras incrível e consegue nos fazer visualizar as situações como se estivéssemos presentes. A fogueira de Joana D’arc foi um dos momentos que me marcaram.

A capa condiz com a trama, a revisão está impecável e a diagramação tanto do e-book quanto do livro físico está perfeita! Eu adoro livros com diagramação simples.

Fiz um resumo sem focar na minha opinião pessoal, porque eu acredito que muitos irão adorar a história. Espero que tenham ficado interessados!

Para aqueles que adoram história, teorias cientificas, conhecimento, ficção científica com um toque de existência pessoal e coletiva, esse é o livro ideal!






Um super beijo,









2 comentários :

  1. Mari!
    Um autor que sabe jogar com as palavras e ainda insere um enredo ligado ao psicológico, é interessante.
    É uma ficção diferente e causa curiosidade.
    Pena apenas ter tantos pernonagens que não tem uma conexão lógica.
    Desejo um final de semana de luz e paz!
    “Quem já passou por essa vida e não viveu, pode ser mais, mas sabe menos do que eu...” (Vinicius de Moraes)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE JULHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  2. Realmente é complicado quando não gostamos tanto de um gênero e ele demora mais a pegar. Vejo que o livro é até bom, mais não funcionou contigo né? Vi que você tentou mostrar que só lendo para tirar uma opinião de fato com relação ao livro, amei isso.

    Beijos Mari!

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