[Resenha] Filha da Floresta






Filha da Floresta
Trilogia Sevenwaters – 1
Autor: Juliet Marillier
Gênero: fantasia
Melhor preço: Livraria Cultura
Sinopse: O domínio de Sevenwaters é um lugar remoto, estranho, guardado e preservado por homens silenciosos e criaturas encantadas, além dos sábios druidas, que deslizam pelos bosques vestidos com seus longos mantos... 
Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, o soturno Lorde Colum, e dos seus seis amados irmãos, vítimas de uma terrível maldição que somente Sorcha é capaz de quebrar. Em sua difícil tarefa, imposta pelos Seres da Floresta, a jovem se vê dividida entre o dever, que significa a quebra do encantamento que aprisiona seus irmãos, e um amor cada vez mais forte, e proibido, pelo guerreiro que lhe prometeu proteção.



=== Resenha ===






Olá meus amores!

Faz muito tempo que tenho interesse em ler essa série, mas os livros estavam sempre com preço alto, o que me impedia de adquirir. Então, um dia, a Diana Canaverde e a Ana Paula Carvalho Martins me avisaram que a Editora Butterfly havia aberto inscrição para parceria! Não pensei duas vezes e me candidatei e, pasmem, passamos!
Recebi o primeiro volume em parceria no finalzinho do mês de maio e logo iniciei a leitura. Vou comentar com vocês a minha opinião sincera sobre o livro.

Sorcha é a sétima filha de Lorde Colum de Sevenwaters e perde a mãe logo ao nascer, o que afasta toda a alegria do povoado, principalmente porque seu pai se torna um homem frio, preocupado apenas em proteger suas propriedades dos bretões e em tornar seus filhos homens guerreiros.
Percebe-se a depressão dele, na ausência da figura paterna e também na forma como ele trata os filhos, como se fossem soldados apenas ou serviçais.
Os sete são muito unidos e cada um tem uma personalidade marcante e diferente do outro. Sorcha é a caçula, impositiva, apesar de amorosa, e não tem muito filtro, o que a atrapalha algumas vezes, pois fala o que não deveria.
Finbar é silencioso, do tipo que prefere escutar a se expressar, no entanto, quando ele fala, sai debaixo! É sempre uma lição, uma profecia ou a verdade. Ele tem respeito pelo pai, mas não aguenta mais ser tratado como guerreiro, afinal, não concorda com a guerra contra os bretões. Ele apoia que a conversa e o acordo seriam melhores armas do que a morte e a guerra. Ele possuí dons especiais e consegue ver o futuro.
Padriac passa a impressão de um garoto brincalhão. É um dos mais novos entre os seis rapazes.
Conor é quase um filosofo, e possui um chamado druida e tem grande conhecimento sobre tudo. Como se fosse uma alma antiga presa dentro de um garoto jovem.
Cormack tem ânsia em ser aceito pelo pai. Adora batalhar e conquistar terras inimigas.
Diardmid é um dos mais inocentes entre os seis, essa inocência o leva a acreditar em pessoas que não deveria. É também explosivo e imediatista, o que o coloca muitas vezes em perigo.
Liam é um dos meus irmãos favoritos. O mais velho de todos e o mais sábio também. Eu queria muito que no final a escritora tivesse dado uma resolução melhor para a história dos irmãos, mas, mesmo a sequência sendo narrada por outra protagonista, eu acredito que saberemos deles. Espero que sim.
Falei de todos os irmãos, porque a amizade deles é o que torna a história possível. Não fosse a união destes sete e a crença que possuem nas lendas e fábulas que escutam, jamais confiariam um no outro para se livrarem de uma maldição terrível que recai sobre eles depois que Lorde Colum decide se casar novamente.

Sorcha tem um dom também, aliás, todos possuem alguma ligação com a floresta e seres místicos. Mas a ligação da caçula é que mais conhecemos, pois é quem narra toda a trama. Ela é chamada de Filha da Floresta pela Dama da Floresta e é escolhida para salvar seus irmãos da maldição, porque apesar de ser a mais nova, ela é forte e decidida como nenhum dos seis é.

Uma pessoa muito ruim entra na vida deles e, por se sentir ameaçada pela unidade dos irmãos, começa a tentar colocar uns contra os outros e não tendo sucesso, os tira do caminho, lançando uma maldição sobre eles. Como a Sorcha tem grande afinidade com os Seres da floresta, ela é avisada poucos segundos antes e consegue escapar, mas não seus irmãos. Eles se tornam cisnes, assim, do nada. Indignada em perder seus irmãos e incapaz de voltar para casa, ela foge e chora o tempo todo, até que a Dama da Floresta a visita e explica que existe um jeito de reverter a maldição.
Mas, como é de se esperar, não será fácil. Sorcha precisa ficar em silêncio, não pode contar sua história para ninguém, nem por meio de gestos, e precisará costurar seis camisas com uma planta espinhenta, que nasce a beira dos rios, que demora para ficar manuseável para ela tecer. Apesar da dificuldade, ela aceita o desafio, esperando rever os irmãos apenas no solstício de verão e de inverno (não vou explicar como ocorre, vou deixar que leiam!).
Contei isso porque, apesar de parecer spoiler, depois que passei por essa parte da história, ela se tornou MUITO mais interessante para mim. Então, acredito que será o que fisgará futuros leitores.


"Sorcha é o elo que nos mantém unidos. Sem ela, somos como folhas ao vento, soprados sem destino." 


Imaginem só uma garota longe de casa, maltrapilha após algum tempo, com as mãos deformadas e feridas por causa do material utilizado para confeccionar as camisetas e um boy magia surgindo no meio da história?! Imaginaram? Pois é... e ela não pode falar!

“– Posso quase jurar que você me entende! – disse ele, olhando em meus olhos. – Mas como poderia?”


Red é um lorde bretão, raça inimiga de seu pai. Ele a salva de um afogamento depois que ela é vítima de uma atrocidade (aliás, eu chorei na cena! Nenhuma mulher deveria passar por isso!). Ela teme os homens, e, mesmo percebendo que a garota selvagem não aceita sua ajuda, ele se impõe e tenta protege-la, afinal, Sorcha ainda é uma garota de apenas quinze anos!

Ele surge na história em busca de seu irmão Simon, um garoto bretão que aparece no início do livro e tem tudo a ver com os acontecimentos na vida dos sete irmãos. Ele é a chave para o encontro entre Sorcha e Red, mas, sem poder se comunicar, ela é impedida de dizer a ele o que aconteceu, o que deixa a história muito envolvente.

A pessoa ruim que falei no início da história tem outros comparsas e lemos páginas e páginas de pura maldade contra a pequena Sorcha. Ficamos na torcida que ela consiga manter o silêncio, não seja morta pelos bretões, salve seus irmãos e não caia em outra armadilha criada pela pessoa que lançou a maldição sobre eles.

“Mas, me pediu garantia de que você seria queimada junto com o seu trabalho”


Filha da Floresta foi um livro difícil de ler. Primeiro porque começa a ser narrado quando a Sorcha ainda tem doze anos de idade. E a autora conversa com o leitor em vários momentos, estilo de narrativa que me atrapalha um pouco. Também temos a impressão de que ela criou uma fábula tão cheia de informações, que no meio da história ela lembrava que não disse algo e inseria, sem uma ordem previamente elaborada. Até conhecer o Simon, lá pela página duzentos, eu estava com muita dificuldade de manter a leitura.
A narração é muito detalhada, por vezes repetitiva. A autora inseriu fábulas para nos ambientar com as lendas e as crenças em Sevenwaters. Mas a partir do momento em que o Simon aparece e, logo depois, acontece a maldição, você não consegue desgrudar os olhos do livro. A narrativa dá uma melhorada, porque a Sorcha não pode falar então você aceita que haverá mais narração do que diálogos, também porque começa a aventura. Então eu sugiro para aqueles leitores que não tem muita paciência com narrações detalhadas e extensas, continuem lendo, porque o cenário é magnífico, as fábulas fazem a trama ter ainda mais sentido e o passado é necessário para compreensão do que ocorre no futuro. E tenho certeza que não se arrependerão de ler.

O Red foi meu personagem preferido e o romance na trama me pegou totalmente desprevenida, principalmente porque percebemos que não é o mais importante da história, o importante mesmo é ver uma lenda se desenrolando diante dos nossos olhos e perceber, no final, que a história da Sorcha começa a ser contada como uma fábula, passando de aldeia em aldeia e imaginamos que as gerações futuras conhecerão e não saberão que ocorreu de verdade. É magnifico!

O livro é enorme, mas com páginas amareladas o que não cansa a vista. A fonte é de excelente tamanho, os capítulos também são grandes e possuem uma diagramação com desenho muito linda! A capa é divina! Eu pensava que a pena prateada era de anjo (eu não li a sinopse antes de ler o livro) e fiquei mais encantada ainda quando soube que eram de cisnes e tinha um enorme significado para a história.

Eu amei a leitura e já estou curiosíssima com o próximo volume! Espero que vocês se aventurem com a Sorcha assim como eu!








Este mês teremos TOP comentarista, então fiquem de olho nas postagens dos próximos dias. Essa postagem é válida, podem comentar!

Beijão,



1 comentários :

  1. Ooi, Mari! Caramba, que massa. Eu já tinha ouvido falar dessa série, e fiquei interessada, mas após ler que ela sofre algo (é violência? Porque fico muito mal lendo cenas assim :/), e que é mais narração, fico um pouco receosa. Gosto quando um livro me pega desde o início, sabe?
    Gostei do Finbar, ele é compatível comigo Kkkkkk
    Parabéns pela resenha, ficou massa! E ah, a cada livro é um personagem diferente? Que interessante.
    Beeijos

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