Anna e o Homem das Andorinhas
Autor: Gavriel
Savit
Editora Fábrica 231
Melhor preço: Saraiva
Sinopse:
Cracóvia, 1939. Anna tem apenas sete anos
quando seu pai, professor de linguística, é levado por soldados alemães. Ela
então encontra o homem das andorinhas, uma figura misteriosa que, assim como
seu pai, é capaz de se comunicar em vários idiomas, até na língua dos pássaros.
Sem nada a perder, a garota decide segui-lo. Mas num mundo em guerra, tudo se
prova muito perigoso. Até o homem das andorinhas.
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Resenha ===
"E se o mundo agora é desse jeito,
bom, quero que tenha um pouco de vodca, de música e alguns idiotas"
Não se engane pela narrativa infantil de uma criança, Anna e o Homem das
Andorinhas é sensível e profundo, como poesia.
O livro se passa na Cracóvia, cidade do sul da Polônia, durante a segunda
Guerra Mundial. Anna vive com seu pai um professor que, adora conversar. Ele a
ensina diferentes idiomas; Anna com apenas 7 anos fala bem cinco idiomas e conhece
um bocado de outras três. Um pequeno prodígio.
"Ninguém aprende tantas línguas como o
pai de Anna sem o razoável prazer em conversar. (...) Na verdade, em
grande parte da sua vida com ele, Anna pensava que cada uma das línguas que o
pai falava havia sido feita sob medida, como um terno(...) Francês não era
francês, era mounsier Bouchard. (...) Todas as palavras armênias cheiravam a
café."
Vimos com a narrativa da criança que, o pai tenta protegê-la dos maus do mundo.
De forma poética ele a introduz num mundo mágico onde palavras tem sabores,
cores e aromas; e idiomas são tratados como Senhor e Senhora.
Eles vivem bem e feliz.
Num dia, Anna é levada pelo seu pai à farmácia de herr doktor Fuchsman lhes
prometendo que voltaria mais tarde para pegar a menina.
As horas passam...
A fome aparece...
Anna é expulsa da farmácia do doktor Fuchsman.
Os dias passam..
E o seu pai não volta.
Sozinha, com fome e sem ter aonde ir, Anna vai para o único lugar que a acolhe,
a rua.
E é na rua que ela vê um homem chamar um pássaro, no que ela acredita ser a
língua das andorinhas, e ordena que a andorinha pouse no seu dedo para que Anna
o acaricie. Anna fica encantada e passa a adora-lo. Ela o chama de Homem das
Andorinhas.
" Com certeza havia pessoas no mundo
que pareciam não ter utilidade para as crianças; pessoas nascidas alérgicas a
tudo que ficasse abaixo da altura do quadril, geralmente pesssoas que passavam
muito tempo por dia a serviço de suas roupas ou de seus pelos faciais. Mas
seria o Homem das Andorinhas uma dessas pessoas? Com todas ênfase, não".
Ambos nos levam para as atrocidades, medos e atos desumanos que só uma guerra
produz. Nos introduz à passagens marcantes da história. Ambos no apresentam ao
mínimo de beleza que o mundo pode nos reservar mesmo em meio ao desastre.
"(...) o Homem das Andorinhas havia
adotado e enarnado uma filosofia muito simples que se apaoiava na ideia de que
a pessoa não precisa sofrer para ajudar outra, que a conexão entre as pessoas,
ainda que breve, ainda efêmera, ainda até que falsa, tenha potencial muito
verdadeiro de salvar todos nós."
Não é um livro fácil de ler. Há muito sentimento envolvido em todas as páginas,
mas, ainda assim, uma excelente indicação para todos os amantes de uma boa
história.
Ooi, Tays! Tudo bem?
ResponderExcluirNão conhecia a obra, mas ela parece ser bem intensa, não é? Não sei se a leitura fluiria para mim, mas quem sabe?
Gostei da resenha! E também dos quotes escolhidos ;)
Beeijos
oooi, tudo bem?
ResponderExcluirEu li esta obra e resenhei no blog também.
É uma leitura bem "forte", mesmo narrada por uma criança. Eu AMO histórias que contem de um determinado período histórico.
Esta foi bastante envolvente e cheia de sentimentos.
PROMOÇÃO DOIS ANOS DO BLOG BIO-LIVROS
Oi, Tays!
ResponderExcluirEsse livro tem duas coisas que eu gosto: uma criança narrando e a Segunda Guerra como cenário. Apesar da fórmula já ter sido muito utilizada, os autores costumam ir por caminhos diferentes e sempre me emocionam. "O homem das andorinhas" já está há um tempinho na minha lista de desejados, espero ler em breve.
Beijos, Entre Aspas