Coração de
Papel: Fale-nos um pouco sobre você, seu dia a dia, família, amigos.
Vivian
Pitança: Como acabei de completar 18 anos, ainda estou no último ano do
ensino médio, sonhando com uma vaga na faculdade dos sonhos. Então este ano é
um ano de esforços e sacrifícios, mas também de maravilhosas conquistas, como
algumas ótimas novidades com que me deparei até agora. Então... sobre mim, podemos dizer que eu sou uma pessoa
como qualquer outra, só que gosta um pouco demais de divagar, e criou um blog
para refletir com outras pessoas, mesmo que não dê muito certo (nem sempre
recebo comentários como gostaria). E também, sou capaz de sentir as coisas
intensamente. A vivenciar sentimentos, e a deixar minha mente flutuar para
realidades fora da sanidade desde pequena. Mas só mais tarde fui perceber que
essa era minha vocação para os livros, principalmente para senti-los e
escrevê-los. O dia a dia? É resultado de tudo isso e mais um monte de coisas,
como paciência para o dia a dia, para as relações interpessoais, para tudo... A
família e os amigos são o que complementam o cenário da minha vida. Cada um com
seu papel distinto e importante, dentro do quanto se dedicam em suas funções e
as vestem de fato.
CP: Tive
o privilegio de te conhecer no último evento do Trilhando Páginas no RJ e
descobrir que escreve sobrenatural também. Você prefere o clássico dos personagens,
por exemplo: vampiro que não pode sair ao sol, derrete com cruz, não entra em
locais sagrados, etc, ou acredita que o autor deve ter liberdade de inserir
algo de sua imaginação, mesmo usando criaturas já conhecidas?
VP: Com
certeza o autor tem liberdade total para escrever sobre o que bem entende.
Desde Crepúsculo as pessoas estão com uma mania muito feia de criticar o que
pode ou não ser escrito, modificado, criado... Mas acredito que a literatura
seja exatamente isso: mudança. Um movimento literário surge em resposta ao
outro. Por que um autor não pode adaptar seres já inventados ao seu gosto?
Moldá-lo à sua história? E isso dá certo! Claro que sempre vai existir alguém
que não vá gostar. Sabemos que é impossível agradar todo mundo. Mas não é por medo
de ousar que vamos deixar de criar nossos mundos. As pessoas precisam saber que
não mandam na nossa arte, como o próprio George R. R. Martin já disse, em
relação aos fãs quererem ou não que ele mate tal ou qual personagem. Ele faz a
arte dele. Dá certo para alguns, para outros não... Mas ele não vai mudar por
pensar que as pessoas possam ou não gostar. Ele simplesmente faz sua arte. E
todo autor tem direito a fazer a sua.
CP: Como
surgiu a participação na antologia Sonhos Lúcidos? Conte-nos um pouco sobre o
seu conto.
VP: Eu
vi o anúncio num blog e pensei “por que não?”. Parecia uma boa oportunidade
para começar a divulgar meu trabalho, mesmo que meu livro não estivesse pronto.
Eu já o escrevia na época. No começo, o conto foi uma história no mundo dele.
Mas depois, mudei tudo para evitar problemas posteriores.
O meu conto (Filhos do Fogo) narra a história de
Victória, que acorda numa praia misteriosa, sem entender o que está acontecendo
ou onde está. Pessoas dançam com suas roupas coloridas e parecem mexer com o
fogo, enquanto dançam e se divertem ao som do violino. E pouco a pouco, ela se
vê convencida de que pertence àquele mundo. E isso e toda a surpresa, e o
retorno à realidade a assustam. O que ela fará? E o que vai acontecer? Essa é a
proposta do conto, junto com mensagens positivas que os mais ligados poderão
perceber.
CP:
Podemos esperar a publicação de uma obra sua? Pode contar um pouco sobre o
título e enredo?
VP: Só
minha, só mais para a frente mesmo. O livro que escrevo é um romance sobrenatural,
que também tem em mente passar uma mensagem aos leitores.
O que será publicado este ano será outro conto meu
na antologia Utopia, também sobrenatural, para falar sobre um tipo de bruxas,
desta vez, que possuem todo o desenrolar de uma profecia nas mãos. Além disso,
há outra novidade da qual não posso falar ainda.
CP: Algum
projeto futuro além dos programados?
VP: Penso
em continuar meu conto na Amazon, Sedução Fatal. Fazer outro conto e criar
uma série. Mas isso só será possível se
eu obtiver interesse dos leitores para que aconteça. Publiquei lá há pouco
tempo, espero para ver como as coisas vão ficar e aí decidir.
CP: Qual
seu livro preferido estrangeiro? E nacional?
VP: Esta
é uma pergunta difícil... Tenho vários livros favoritos. Tanto nacionais quanto
estrangeiros. Como nacional, vou citar apenas Cores de Outono e Linhagens. E
internacional, Belo Desastre (amo a história de Abby e Travis)
CP:
Recomende no máximo três livros nacionais para os leitores do Blog Coração de
Papel.
VP: Como
eu já disse que Cores de Outono e Linhagens são meus favoritos mas não os
únicos de que gosto, posso falar um pouco mais sobre os outros. Eu indico
Memórias Fictícias, A Linhagem e Memórias de Lua Cheia... Mas poxa, são tantos!
CP: Sendo
blogueira e escritora, o que você acha da relação blog x autor? Acredita que há
uma forma de se trabalhar em conjunto sem que o custo fique alto apenas para um
dos lados? Caso sim, qual a sua sugestão? Pois sabemos que existem autores que
dão livros para resenha e outros que se chateiam com pedidos de livros de
graça. Acha possível balancearmos?
VP: Acredito
que seja chato para o autor quando ele vê que o blogueiro nem se deu ao
trabalho de pesquisar sobre seu livro e só está pedindo parceria para “encher a
estante”. Sabemos que isso acontece. Vemos blogs que nem resenham o que
recebem, que somem, sujam a imagem dos blogueiros. Tanto que alguns autores nem
fazem mais parceria. Só que existem muitos blogueiros legais por aí, com toda
certeza, e que fazem um trabalho incrível. Eu já vi os dois lados. Garanto que
o problema não é a profissão, mas sim a pessoa em si. Também tem autor que não
age com muito profissionalismo. Tem até os que exageram na formalidade... é a
vida! A gente não pode esquecer que antes de fechar parceria tem que ver bem
com quem está falando. Como se fecha parceria com um blog desatualizado ou com
um autor que já se queimou na internet?
Se por um lado o autor precisa da divulgação do
blogueiro, o blogueiro precisa do autor para ajudar o blog a crescer. Troca-se
divulgações, deixa-se pelo menos uma entrevista... A parceria vai muito além de
receber livro para resenhar. Os blogs bons sabem disso. Sabem que podem ajudar
de muitas formas, é só ter a boa vontade disso. E os blogueiros maduros e
profissionais, que já conhecem o mercado, entendem que os custos para o autor
são altíssimos, e que nem sempre dá para dar livros.
Quando lancei na antologia tive que vender uma cota
de livros. Havia tanta gente que tinha me apoiado que merecia ganhar, mas que
comprou só para me prestigiar! Doía ter que vender livro para algumas pessoas,
mas eu tinha que fazer aquilo. Não tinha renda para me dar a esse luxo. E eu
nem gastei, praticamente, nessa antologia. Imagino como seja para um autor que
paga mais de dez mil para lançar um livro,que nem recebe apoio da editora
direito, mas que precisa lidar com certos tipos de blogueiros (que ele nem conhece ou viu antes) incapazes
de se colocar no lugar do outro e entenderem que não custa nada prestigiar o
autor... o trabalho que durou muito tempo e que pediu muito esforço para se
realizar.
Claro que o autor pode fazer promoção para o
blogueiro, assim como o blogueiro pode se esforçar para comprar o livro do
autor. Além de muitas outras trocas possíveis, entre ambos.
CP:
Possui alguma rotina para escrever? Alguma inspiração especial?
VP: Rotina...
procuro esta palavra desesperadamente! Cadê a rotina? Preciso dela! Preciso me
organizar mais... Eu tinha deixado meu livro de lado por um bom tempo para
trabalhar em outra coisa. Meu colégio entrou em greve e eu vejo agora um pouco
do livro a cada dia. Mas então eu não tenho estudado... Uma das minhas maiores
dificuldades é conciliar tudo e não deixar nada em falta: blog, escola,
vestibular, livro, conto, vida...
A inspiração na hora da escrita eu pego nas
músicas. Sempre gosto de escrever ouvindo música. Porque geralmente sempre tem
alguém falando em casa, que me tira a concentração. A música me ajuda a entrar
no meu mundo. Além disso, falo com amigas que sabem um pouquinho da história e
a conversa me reanima.
Acredito que a inspiração seja importante sim,
apesar de não tê-la todos os dias, nem o ânimo para largar qualquer outra coisa
que precise fazer para escrever. Às vezes eu chamo por ela, e ela vem. E eu
escrevo. J
Se não vier, depois ela chega, disfarçada de concentração.
CP:
Quais seus escritores preferidos? Costuma se inspirar neles para escrever?
VP: Essa
é outra pergunta difícil... As autoras dos meus livros favoritos com certeza
são inspirações. Mas eu acredito que tire inspiração de tudo, até do que não
favorito, até de onde vejo defeito. Se leio um livro e vejo algo que incomoda a
leitura, já sei que não posso fazer aquilo... Então todos os escritores me
inspiram de alguma forma.
CP: Qual
a maior dificuldade para a literatura nacional na atualidade? Como acha que
pode melhorar?
VP: A
falta de apoio e valorização. Parece haver uma sombra que paira na mente da
maioria dos brasileiros que repele de cara nossa literatura. Mas também, não há
muita ajuda. As editoras fazem selos que incentivam a literatura nacional, mas
não encontramos nenhum daqueles livros na livraria! Nem a divulgação é a
mesma... como as pessoas poderiam se interessar se nem a editora ajuda na
divulgação? A maioria das coisas fica por conta do autor.
A mudança pode vir através de cada um de nós, com
nosso próprio incentivo, que pode começar apenas por ler um livro nacional e
recomendá-lo aos amigos. A maior mudança pode começar quando as mentes
brasileiras se abrirem ao fato de que todos são seres humanos e possuem a mesma
capacidade, mas nem sempre as mesmas oportunidades.
E também quando as aulas de literatura na escola
passarem a falar do hoje nacional dos jovens, que existe mas nunca é
mencionado. Por isso às vezes até quem gosta de ler cresce não gostando da
literatura nacional, porque leu clássicos com os quais não conseguiu se
identificar na escola. Parece que naquela aula sem empolgação do professor o
aluno é desestimulado a amar a literatura.
CP: Rapidinha.
Deixe uma palavra que represente a sentença:
Amor: Verdade
Família: Um presente
Paixão: Um infinito de coisas
Esperança: Redenção
Futuro: Deus
Medo: Falta de fé
Coração: Amor
CP: Deixe
uma dica para aqueles novos escritores que desejam esta carreira.
VP: Em
primeiro lugar, você vai melhorar. Sua escrita sempre vai melhorar. E você nem
sempre vai gostar do que receber no meio do caminho, mas vai ter que usar
aquilo como aprendizado. Vai se fortalecer diante das adversidades. E não, isso
não é clichê. É importante e verdadeiro. É a vida. Nunca se esqueça de que
podemos evoluir, nem de que o mundo dá muitas voltas. Você pode vencer!
CP: Momento marketing: Deixe os links do
skoob, facebook e o que possuir da série para que nós leitores acompanhemos.
Obrigada.
Onde comprar: Sonhos Lúcidos - Sedução Fatal
Obrigada pela oportunidade, Mari! Adorei te
conhecer e poder manter contato. Estou ansiosa para conhecer seu trabalho
também! ;)
Sucesso para nós!
Agradecemos a
entrevista e o tempo gasto em responder e desejamos um enorme sucesso em sua
carreira, vida pessoal e em todos os projetos que virão.
Mari Scotti
AHHHH!!!!
ResponderExcluirAdorei, Mari!!
Fico muito feliz pela oportunidade!! *-*
Adorei a entrevista.
Obrigada, de novo!!
:D
Beijos!
Ohhh Adorei ler mais sobre essa autora TALENTOSA!!! Sou sua fã Vivian!!!
ResponderExcluirBEIJO BEIJO BEIJO