[Resenha] The Kiss of Deception

The Kiss of Deception – Crônicas de amor e ódio

Autor: Mary E. Pearson

Editora Dark Side

Nota: 4/5 

Skoob

Onde comprar: Americanas

Sinopse: Tudo parecia perfeito, um verdadeiro conto de fadas menos para a protagonista dessa história. Morrighan é um reino imerso em tradições, histórias e deveres, e a Primeira Filha da Casa Real, uma garota de 17 anos chamada Lia, decidiu fugir de um casamento arranjado que supostamente selaria a paz entre dois reinos através de uma aliança política. O jovem príncipe escolhido se vê então obrigado a atravessar o continente para encontrá-la a qualquer custo. Mas essa se torna também a missão de um temido assassino. Quem a encontrará primeiro? 

Quando se vê refugiada em um pequeno vilarejo distante o lugar perfeito para recomeçar ela procura ser uma pessoa comum, se estabelecendo como garçonete, e escondendo sua vida de realeza. O que Lia não sabe, ao conhecer dois misteriosos rapazes recém-chegados ao vilarejo, é que um deles é o príncipe que fora abandonado e está desesperadamente à sua procura, e o outro, um assassino frio e sedutor enviado para dar um fim à sua breve vida. Lia se encontrará perante traições e segredos que vão desvendar um novo mundo ao seu redor.

O romance de Mary E. Pearson evoca culturas do nosso mundo e as transpõe para a história de forma magnífica. Através de uma escrita apaixonante e uma convincente narrativa, o primeiro volume das Crônicas de Amor e Ódio é capaz de mudar a nossa concepção entre o bem e o mal e nos fazer repensar todos os estereótipos aos quais estamos condicionados. É um livro sobre a importância da autodescoberta, do amor, e como ele pode nos enganar. Às vezes, nossas mais belas lembranças são histórias distorcidas pelo tempo.

=== Resenha ===

Ahh amada Darkside! Sempre com livros arrepiantes, histórias de horror para botar medo até nos mais incrédulos, livros de psicopatas e afins. Só que não. The Kiss of Deception é um romance.

O livro começa de forma alucinante. Estamos nos ultimos preparativos para o casamento da princesa de Civica; primeira filha de uma primeira filha e, de acordo com os costumes, tocada pelo O DOM. Seu nome é Arabella Celestine Idris Juzelia. E por política tem que ser casar com o desconhecido, e previamente odiado, príncipe de Dalvbreck. Ainda no primeiro capítulo para evitar o casamento sem amor, Arabella, junto com sua dama de companhia, Pauline, fogem e assim estão livres para viver apenas como Lia, como ela gosta de ser chamada.

“Aquele era o dia em que mil sonhos morreriam e um único sonho nasceria.”

A autora tem a inteligente e excitante sacada de pôr outros dois pontos de vista da história. O primeiro, do príncipe de Dalbreck, que humilhado e emputecido com a ousadia da princesa decide se vingar e lhe dar uma boa lição. O segundo ponto de vista é de um assassino que, aproveita a fuga da princesa e a ausência da proteção da guarda real para assassiná-la e por fim há uma guerra entre Civica e seu povo.

“Eu estava com raiva porque ela teve a coragem de fazer o que eu não tive coragem de fazer! Quem era essa menina que metia o nariz entre dois reinos e fazia o que desejava? Eu queria saber!”

Lia agora trabalha na Taverna de Berdi, na cidadela de Terravin e lá ela faz de tudo. Ela literalmente abandona o lado princesinha e arregaça as mangas. Lava, passa não cozinha lá muito bem por isso, só serve as mesas. E é num dia movimentado na Taverna que Lia vê sua atenção atraída por dois rapazes. Eles se apresentam como Kaden e Rafe e, o leitor sabe que um é o príncipe e o outro é o assassino, mas, qual?

         E aqui, mais uma vez, a autora foi brilhante. Porque a dúvida sobre quem é quem fica com o leitor até o último terço do livro. Ela consegue deixar a ambigüidade de ambos os personagens o tempo todo na narrativa. Ambos são apaixonantes, ambos são educados, ambos são inteligentes, ambos sabem lutar com diversas armas, e sem elas também. Eles também têm seu momento homem malvados, sem coração e cafajeste.

         O desenrolar do livro é meio lento. Muito pouca coisa acontece além do desespero do leitor em saber, juntamente com a protagonista, as respostas de todas as perguntas lançadas durante a leitura. Os últimos capítulos são os meus preferidos. Cheios de ação, aventura, lágrimas (preparem-se para elas) e uma imersão no mundo fantástico criado por M. Pearson.

“‘E os deuses onde estavam em tudo isso?’
‘Olhe ao seu redor, menina. Que arvore da floresta não criaram? Eles estão onde você escolher por vê-los.”

         E o último capítulo é para deixar todos os leitores ávidos pelo segundo livro. Santa Darkside publica logo! Nunca te pedi nada. Espera!

Não preciso dizer que a edição está primorosa. Com exceção da letra miúda que cansa a vista (pessoa velha), sorry!

Espero revê-los em breve, em nossa próxima resenha!