[Resenha] Entre a culpa e o desejo

Entre a culpa e o desejo

Série Clube dos Canalhas – 2

Autor: Sarah MacLean

EditoraGutenberg

Skoob

Onde comprar: Saraiva (R$ 21,60)  – Submarino (R$ 21,60)

Nota: 5

Sinopse:

Seu próximo experimento científico? Entregar-se a um canalha!

Lady Philippa Marbury não é como as jovens de sua época. A brilhante filha do marquês de Needham e Dolby se preocupa mais com seus livros e experimentos do que com vestidos e bailes. Para ela, um laboratório é muito mais atraente que uma proposta de casamento, e é por isso que, ao ser prometida a um noivo com quem não tem nada em comum, Pippa tem apenas duas semanas para empreender seu último experimento: descobrir todos os prazeres e todas as delícias da vida antes de passar o resto de seus dias ao lado de alguém que ela mal conhece.
Como boa cientista que é, Pippa investiga a vida do homem que parece ser a cobaia ideal para realizar suas experiências: Sr. Cross, o atraente sócio do cassino mais famoso e cobiçado de Londres, um libertino cuja má-fama foi cuidadosamente construída sobre o vício e a devassidão.

Um canalha perfeito para explorar suas fantasias e satisfazer sua curiosidade sem manchar sua reputação de moça de família.

Mas o que Pippa não sabe é que, por baixo das aparências, Cross esconde segredos obscuros e que, ao receber a proposta da garota, ele está diante de uma oferta que pode destruir tudo aquilo que durante anos ele se esforçou para proteger.

Terrivelmente tentado a se envolver nessa aventura que promete o mais puro prazer sem qualquer outra emoção, tudo o que Cross deseja é dar a Pippa exatamente o que ela quer, mas ele sabe que ninguém sai ileso do caminho da satisfação e, assim, Cross terá de usar cada miligrama de sua força de vontade para não perder o controle e resistir à tentação de entregar à jovem muito mais do que ela ousa imaginar.

=== Resenha ===

Olá amores!

Como estão?

Hoje trago a resenha do segundo volume da série Clube dos Canalhas, escrita pela Sarah MacLean. O primeiro livro é o “Entre o amor e a vingança” e você pode ler a resenha aqui.

O primeiro livro recebi em parceria com a editora Gutenberg, já esse eu comprei porque estava muito curiosa sobre a história do Cross e da Phillipa.

É importante ressaltar que não haverá spoiler do primeiro livro nessa resenha e que não é continuação com o mesmo casal, mas outros protagonistas.

Philippa Marbury está com a data de seu casamento marcada, mas diferente do que é esperado, ela não está assim tão ansiosa para o evento, pois, ao ler os votos de casamento descobriu algumas palavras da cerimônia que a deixaram curiosa e até um pouco assustada. Hoje em dia a cerimônia de casamento – ao menos a evangélica – possui um sermão livre, com a maioria das palavras escolhidas pelo pastor. As do rito cerimonial são simples, votos de fidelidade, amor eternos, submissão. Mas, na época de Pippa – como ela gosta de ser chamada – parece que os padres tinham muito a dizer, coisas relacionadas a noite de núpcias, acreditem! Comparando-os a bestas sem controle.

Até eu me assustaria ao repetir palavras como aquelas para um noivo, mesmo que o amasse com todas as minhas forças.

Lady Pippa é diferente da maioria das mulheres de sua época, ela é curiosa, inteligente, intelectual, calculista e praticamente nula de emoções sem explicação. É por isso que, faltando onze dias para o seu casamento com um Conde, ela faz uma pesquisa particular e descobre que o Sr. Cross, um dos donos do cassino Anjo Caído, e sócio do Lorde Belzebu, protagonista do primeiro livro, é a pessoa ideal para ajuda-la.

Pippa tem certeza que Cross poderá orientá-la em uma pesquisa importantíssima para o seu casamento. Ela quer entender porque os homens podem se tornar bestas irracionais e o que esperar das núpcias. Ela entende de anatomia, compreende ossos, corpo, encaixes, mas não entende como tudo isso pode tornar nobres e aristocratas em bestas.

O problema é que Cross compreende o pedido como se ela erguesse uma placa sobre sua cabeça e pedisse para ser possuída, desonrada e arruinada por ele e não como uma orientação apenas verbal.

Cross é conhecido como um devasso. Dizem que pode arrancar as roupas de uma mulher sem nem ao menos tocá-la. Que suas técnicas são incríveis, que é habilidoso e irresistível. É por isso que Lady Marbury acredita que é a pessoa ideal para auxiliá-la. Ela tem apenas onze dias para se preparar para o que virá.

Cross é um homem amargurado, marcado, arrependido. Tudo o que faz e o que construiu à sua volta, nos últimos sete anos, foi para esconder as marcas profundas que leva na alma. Ao contrário do que dizem ele não é um devasso, não mais. Ele não toca uma mulher há seis anos, desde que... bem, terão de ler para descobrir.

Ele é surpreendido por Phillipa em seu escritório no Anjo Caído e, logo nas primeiras cenas, podemos perceber o quanto ela balança toda a segurança e convicções dele. Além de desejar com todas as suas forças mandar o celibato auto imposto às favas, ele tem uma enorme dificuldade para se controlar e não arruiná-la no momento em que proferiu suas primeiras palavras.

Mas Cross, apesar de ser dono de um dos antros de jogatina mais famosos, local onde mulheres como ela não deveriam passar nem perto, ele possui alguma nobreza dentro de seu coração e é apenas isso, e a vontade louca de proteger todas as mulheres, principalmente as malucas como Lady Pippa, que ele consegue se manter lúcido e a expulsa de seu escritório sem aceitar a insanidade de ser “seu colega de pesquisa”.

Cross é inteligente, sagaz, RUIVO (ok, isso é irrelevante, mas RUIVOOO, meu coração parou!)... já mencionei ruivo? Ok. Ele é sagaz e com uma inteligência voltada para conhecer o pior do ser humano. Ele consegue fazer Phillipa apostar contra si mesma e perder. Assim, com a certeza de que ela não procurará outro homem para a sua pesquisa escandalosa, ele acredita que é o fim daquele problema.

Mas Phillipa é tão ou mais inteligente que ele e podemos esperar muitas reviravoltas nesta trama. Ela não é uma mulher de cair em joguinhos, ela é do tipo que toma o controle e inverte o jogo de modo que nem quem o criou consegue perceber quando a armadilha se volta contra ele.

É difícil falar sobre esse livro sem dar spoiler e por isso vou parar por aqui com o resumo. Phillipa me conquistou não por ser diferente dos outros, mas por sua inteligência única. A Sarah não deu a ela uma personalidade inteligente apenas, dá para perceber o quanto foi difícil escrever esse livro e o quanto ela precisou pesquisar para construir a Pippa. A maioria dos livros de época que conhecemos uma protagonista inteligente, relatam conhecimentos que apenas homens teriam e que a protagonista adquiriu estudando escondido. A Pippa não estudou escondido, ela é aceita pela família e tem conhecimento de que é estranha aos olhos da sociedade. Mas, ela não é uma mocinha inteligente comum, ela é realmente inteligente. Tudo o que ela fala é explicado, às vezes até cientificamente. Fico pensando no tanto de pesquisas que a Sarah precisou fazer a cada capítulo redigido e já virei fã da autora.

Os diálogos entre eles foram incrivelmente construídos, pensados para demonstrar a inteligência e a sagacidade dos dois protagonistas.

Como no primeiro livro, a maioria das cenas ocorre no Anjo e o clube tem grande influência no cenário e na trama. Eu adorei porque foge, de novo, do comum.

O final do livro é inesperado, eu confesso que imaginei mil formas de tudo dar certo, e a escritora conseguiu me surpreender porque foi além.

Se tenho algo negativo a dizer sobre o livro? Infelizmente sim, mas não é da história não, é da revisão. Encontrei muitas falhas bobas na revisão, palavras digitadas com letras invertidas, aspas de diálogos em lugar errado, além do que já reclamei em outras resenhas da Gutenberg: diálogos destacados por aspas e não por travessão. Caramba, estamos no Brasil, por favor! Travessão é usado para diálogo no Brasil! Eu ficaria muito feliz se os livros traduzidos pela editora seguissem o padrão nacional. Ler com aspas é muito ruim, ao menos para mim. Ainda mais com tantas aspas colocadas em lugares que não eram dialogo.

Enfim, não queria terminar com a negativa, então vou deixar mais alguns comentários:

A maioria dos livros de época tem uma carga forte de erotismo. Este não é diferente. No entanto, as cenas foram distintas para mim. O Cross é magnético, ele te prende no livro, te faz desejar ser a Phillipa! E ele, literalmente, tira a roupa dela sem usar as mãos! A escritora foi muito inteligente nessa cena, vou confessar. E se estão curiosas, LEIAM!

Um quote fofo para vocês:

Ela fez um gesto de pouco caso com a mão.
"Bem, parte das fofocas é completamente absurda. Dizem, por exemplo, que você pode retirar as roupas de uma mulher sem usar as mãos."
"Dizem mesmo?"
Ela sorriu.
"É bobagem, eu sei. Definitivamente não acredito nisso."
"Por que não?” Ele perguntou.
"Na ausência de uma força física, um objeto em descanso permanece em descanso". Ela explicou.
Cross não conseguiu resistir.
"A roupa da mulher seria o objeto em descanso nesse cenário?”
"Sim. E a força necessária para mover tal objeto seria empregada por suas mãos."

Comenta por favor e participa do TOPComentarista desse mês! Lembrando que dia 22/02 é meu aniversário e eu aceito os livros 3 e 4 de presente!

Beijooo,