[Resenha] Todos os Nossos Ontens

Todos os Nossos Ontens
Destrua o passado para salvar o seu futuro
Autora: Cristin Terrill

Editora Novo Conceito

Gênero: Ficção/Ficção Cientifica

Skoob

Onde Comprar: Saraiva / Extra

Classificação: 4/5

Sinopse: O que um governo poderia fazer se pudesse viajar no tempo? Quem ele poderia destruir antes mesmo que houvesse alguém que se rebelasse?
Quais alianças poderiam ser quebradas antes mesmo de acontecerem?
Em um futuro não tão distante, a vida como a conhecemos se foi, juntamente com nossa liberdade. Bombas estão sendo lançadas por agências administradas pelo governo para que a nação perceba quão fraca é. As pessoas não podem viajar, não podem nem mesmo atravessar a rua sem serem questionadas. O que causou isso? Algo que nunca deveria ter sido tratado com irresponsabilidade: o tempo. O tempo não é linear, nem algo que continua a funcionar. Ele tem leis, e se você quebrá-las, ele apagará você; o tempo em que estava continuará a seguir em frente, como se você nunca tivesse existido e tudo vai acontecer de novo, a menos que você interfira e tente mudá-lo... 

===Resenha===

Esses dias atrás, eu vi uma publicação da Mari no face, onde ela dizia que não conseguia escrever uma resenha por ter gostado muito do livro... bem, estou passando por isso agora, mas ainda estou em dúvida se gostei muito ou se só gostei! rsrsrsrrs

Todos os Nossos Ontens, é uma distopia/ficção científica muito bem arquitetada e de tirar o fôlego! 

Aqui, vamos conhecer Em e Marina. Em está presa em uma cela, sendo maltratada diariamente por uma informação que o doutor quer. Ao lado de sua cela está Finn, que sofre junto e por ela. Eles vivem em um mundo onde uma máquina do tempo foi construída e pode parecer que as coisas melhoraram, mas não é bem assim.... a máquina pode ter ajudado muitas pessoas, mas também matou tantas outras e o governo tirou da humanidade a sua liberdade.

"Começo a tremer. Neste momento e lugar, uma carta que não me lembro de ter escrito significa algo muito específico.

Porém, é a última linha que me faz correr desajeitada para o vaso sanitário no canto da cela.

Você tem de matá-lo."

Em um plano arriscado, Em e Finn fogem e conseguem viajar para o passado para mudar o quer que tenha feito o mundo ficar assim. Em já viajou para lá 14 vezes e ainda não teve sucesso... Agora, depois de encontrar papéis escrito por ela mesma com tudo o que ela fez nas viagens passadas, a única alternativa restante é matar quem quer que tenha construído a máquina do tempo.

Em contra partida, conhecemos Marina. Uma adolescente rica e mimada que nutre um amor platônico por seu vizinho James. Marina é uma personagem que no começo me deu muita raiva, pois tudo o que ela fazia era por James e seus suspiros pelo garoto que a vê somente como melhor amiga me deixou com vontade de pular as partes em que ela narra e ler somente a de Em. Ainda bem que não fiz isso... rsrsrsrsr

"Quando Finn e eu fomos capturados, drones americanos estavam atacando a China, Israel estava em um impasse nuclear com a Síria e um bom pedaço de Houston tinha acabado de ser varrido do mapa. Era difícil imaginar que as coisas pudessem piorar."

Em e Marina tem muito em comum. Juntas vão descobrir que essa é a última chance de ambras sobreviverem ou morrerem tentando mudar o passado. Em tem que destruir o passado para Marina ter um futuro diferente do que a espera. 

O enredo é incrivelmente bem construído e sem falhas. A narrativa é em primeira pessoa, com capítulos alternados entre Em e Marina. Os personagens secundários também não deixam a desejar. Todos tem sua carga emocional bem definida para a trama que se enrosca de maneira que surpreende o leitor e nos faz querer saber logo o que vai acontecer ao mesmo tempo que não queremos terminar a leitura para não se despedir desta história.

"- Porque o futuro precisa ser mudado. Precisamos destruir Cassandra antes que seja construído, ou ele vai acabar com o mundo. Não é para as pessoas viajarem no tempo."

Particularmente, eu não gosto de personagens que deixam seu mundo girar em torno de algum personagem masculino... isso as deixa fraca e sem vontade própria. Em é uma personagem forte, que há muito tempo deixou de ser a menininha que era. Ela sofreu tanto para enfim, conseguir bater de frente com seu passado que cada vez que ela tinha que enfrentar o doutor, meu coração doía por ela. 

Marina é totalmente o oposto. Vivendo sua vidinha de menina rica, ela ainda é muito suscetível ao charme de James. Sua vontade louca de se declarar para ele ofuscou suas vontades e não deixou ela enxergar o que realmente acontecia ao seu redor. Mas creio que esse tenha sido a intenção da autora: criar personagens diferentes mas que convergem para o mesmo fim, deixando o leitor satisfeito com o final adequado a situação.

A capa é linda e condiz perfeitamente com o enredo. A diagramação é simples mas bem feita, com letras em tamanho confortável para leitura e bom espaçamento entre elas. Encontrei um ou outro erro de revisão, o que não prejudicou minha leitura. Os capítulos são médios com numeração e o nome da protagonista que narra. Os ganchos deixados pela autora de um capítulo para o outro foram essenciais para o enredo fluir abertamente. Cada final de capítulo me deixou mais curiosa pelo próximo.

Enfim, se você gosta do gênero, claro que indico a leitura. Um livro excelente, cheio de reviravoltas e om personagens maravilhosos, cada um a seu modo. 

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