Como todos sabem, estou participando da Semana Especial A-LII, livro da querida Ana Macedo que será lançado na Bienal do livro deste ano em São Paulo.
Nesta primeira postagem oficial deixarei a entrevista dada por ela ao Livroterapias, blog responsável pelo projeto. No finalzinho tem um recado todo especial só pra vocês, leitores do Coração de Papel.
Livroterapias: Vamos começar com uma pergunta pessoal... O que a Ana Macedo de
2014 falaria para a Ana Macedo de 2004? E pra Ana Macedo de 2020? ~amo/sou
perguntas assim~
Ana Macedo: Hahahaha.
Nunca tinha parado pra pensar nisso!
Pra Ana de 2004 eu avisaria que ela vai passar muito porres na vida, e
que não seria fácil, mas diria que isso vai fazer dela uma pessoa melhor, e
pediria para ela aguentar firme, apesar de tudo, porque, uma hora ou outra, com
o canal certo, a dor vai passar e dar espaço pra grandes realizações.
Pra Ana de 2020 eu imploraria que não perdesse o foco, e pediria que tivesse calma.
Pra Ana de 2020 eu imploraria que não perdesse o foco, e pediria que tivesse calma.
L: Quando (ou como) você viu que tem o dom (ou talento, como você
queira chamar) de escrever? E se a escrita não estivesse presente na sua
vida...Como acha que seria?
A.M.: Ainda não descobri
se tenho ou não. Hahaha. Eu faço porque gosto; porque me sinto bem fazendo. Ou
pelo menos foi assim que começou, depois eu continuei porque vi que meus livros
podiam fazer por outras pessoas o que As Crônicas de Nárnia, Senhor dos Anéis,
Harry Potter, Os Karas e muitos outros fizeram por mim.
Bom, acho que se em algum momento eu percebi que, talvez, fosse esse meu
"chamado" foi quando as críticas começaram.
Se a escrita não estivesse presente em minha vida eu, provavelmente,
seria um poço de depressão enfiado e games, filmes e livros; totalmente
infrutífera e sem objetivos.
L: Deixando essas perguntas de reflexão de lado, vamos aos livros!
Lágrima de Fogo foi sua primeira publicação, como foi a experiência da jornada
de planejar o enredo, escrever, mandar o original para Editoras e finalmente
publicar?
A.M.: Lágrima de Fogo foi
muito fluido, até demais, eu diria.
Era um sonho, literalmente, que foi escrito como válvula de escape para
uma série de problemas, e que, depois de escrito, voltou a ser um sonho.
Quando eu o publiquei não entendia nada de mercado editorial, nem de
nada do tipo, então, do ponto de vista editorial não é uma história muito
interessante. Só um pouco incomum, por eu ter tido a oportunidade de escolher a
editora onde eu iria publicar meu primeiro livro, fato esse que acontece
pouquíssimo.
L: Eu tive (e estou tendo) o prazer de ler A-LII, seu segundo livro e
sua primeira distopia, que é totalmente diferente da Lágrima de Fogo, que é uma
fantasia. E tenho algumas perguntas relacionadas ao seu novo livro.
Por que você escolheu o gênero distopia para seu segundo livro? E sendo
uma distopia, somos levados a conhecer um governo, e é possível ver seu ponto
de vista político em A-LII ou foi tudo criado somente para o livro, a ideia de
liberdade, de humanidade?
A.M.: Eu diria que tem, sim, o meu ponto de vista socio-político no
livro, mas, em momento algum eu vou enfiá-lo na cara do leitor e dizer
"isso é certo" ou "isso é errado". Eu não creio que esse
seja meu papel, enquanto escritora. Acredito que meu papel seja o de denunciar
e questionar. A conclusão cabe ao leitor, e somente a ele.
L: A-LII é narrado por dois personagens, Allie e Will, você acha que
algum deles pareça com a Ana Macedo de hoje? E por quê?
A.M.: Costumo dizer que
absolutamente todas minhas personagens são parte de mim, afinal, eu as criei.
De alguma forma elas são um espelho de mim, mas, dizer que são parecidos
comigo, eu acho forçado.
Já me identificaram com o Will, por eu ter dois irmãos mais novos, e já
me identificaram com a A-LII por um trauma que temos em comum, mas daí a dizer
que as personagens se parecem comigo, acho um pouco demais.
L: O que você pretende com A-LII, qual é a lição/moral que você quer
deixar aos seus leitores?
A.M.: Essa é uma tecla em
que eu costumo bater várias vezes.
Eu não acho que o papel do escritor é dar lição, deixar moral, ou educar
ninguém. Nosso papel é denunciar e questionar.
Mas as conclusões nunca cabem a nós. na minha opinião.
L: Foi mais "fácil" escrever sua fantasia, Lágrimas de
Fogo, ou A-LII? E por quê?
A.M.: Apesar de ambos terem sido formas de fuga pra mim, creio que sejam
projetos muito diferentes.
Lágrima de Fogo visa crescer com os leitores, partindo de um público
mais infanto-juvenil, com abordagens mais leves de início.
Já A-LII é um tapa na cara de jovens adultos que entendem propriamente a
história. É rápido e doloroso do início ao fim.
Mas, se tenho que escolher algum, eu diria que foi A-LII, pelo público,
que é muito mais crítico e definido que o de Lágrima de Fogo.
L: Tem novos projetos em mente ou vai se dedicar completamente em
A-LII por enquanto?
A.M.: Tenho alguns outros
livros escritos, mas só uma delas, uma história SteamPunk, é literatura
fantástica.
Fora isso tenho alguns SickLit e ficções históricas.
Mas, por hora, vou me focar em A-LII e na reedição e continuações de
Lágrima de Fogo.
L: Deixe um recado para seus leitores e futuros leitores :3
A.M.: Acho que nada cabe
melhor do que um "não deixem que nos calem" e um "Que suas
histórias sejam sempre repletas de sonhos." :D
Obrigada a todos pelo carinho, apoio, e principalmente, por me aguentarem falando que nem uma matraca.
LANÇAMENTO DE A-LLI NA BIENAL DE SÃO PAULO, não percam! Clique na imagem e será direcionado ao evento.
Obrigada a todos pelo carinho, apoio, e principalmente, por me aguentarem falando que nem uma matraca.
LANÇAMENTO DE A-LLI NA BIENAL DE SÃO PAULO, não percam! Clique na imagem e será direcionado ao evento.
"Queria agradecer a todos os leitores do Coração de Papel pela atenção e apoio, e agradecer especialmente a Mari, que foi absurdamente atenciosa e paciente comigo me ajudando com A-LII na reta final. Espero que o livro e que esses dias de divulgação descontraída sejam divertidos para todos.
Oi Mari
ResponderExcluirNão conhecia nem a autora e nem suas obras, mas me chamaram a atenção. Ambos os livros comentados são de gêneros que muito me agradam. Espero ter a chance de ler eles e me deliciar.
Beijos
Vidas em Preto e Branco