[Resenha] Enigma: Segredos e Mentiras 1

Enigma: Segredos e Mentiras – Primeira Temporada

Autor: Halice FRS

Editora: Lio

Sinopse: Recém-ordenado, Jonathan De Ciello seguia seguro pelo caminho eclesiástico o qual seu padrinho o fez trilhar. Mesmo com as lembranças de seu passado perdidas após um acidente automobilístico e perseguido por sonhos lascivos, nada condizentes com sua posição no clero, o jovem padre acreditava ter uma vida tranquila. Contudo, ao ser designado para assumir a pequena paróquia de Sin Bay – uma vila litorânea do Maine –, ele vê a frágil paz construída durante os anos de seminário ruir. Em seu primeiro dia, conhece Faith Green, aquela que se tornaria a razão de sua tormenta. Seu interesse proibido pela moça de comportamento dúbio e espírito rebelde despertou nele sentimentos contraditórios que abalaram sua determinação, levando-o a questionar sua real identidade e vocação ao ansiar por render-se à realização de seus fetiches. Perdido, Jonathan não poderia ter fé ao desacreditar a sua história. Apaixonado, não poderia guiar a todos desejando uma única mulher. Nem reencontraria sua paz percebendo que a vida conhecida era fruto de segredos e mentiras... Sensual, envolvente, viciante... Enigma vai prender você do início ao fim.

=== Resenha ===

                Demorei a começar essa resenha porque não sei exatamente como falar do livro para vocês. Terminei a leitura ontem e já comecei o da Segunda Temporada de tão envolvida que estou com a história.

                A Halice me surpreendeu! Primeiro porque quando a conheci eu achava que ela tinha treze anos de idade – nos conhecemos virtualmente – e depois de saber que ela é uma mulher feita, com responsabilidades, passei a admirá-la ainda mais. Sua narrativa é rica em linguística e sabe usar palavras que eu não conhecia sem que a leitura fique enfadonha ou forçada, pois são as palavras que ela usa no seu dia a dia e não a tentativa de ser culta. Eu me encantei! Continuo encantada! E quero que todos leiam a série!

               

                Enigma conta a história de Jonathan De Ciello, um padre muito novo – e lindo! – que foi enviado para a sua primeira paroquia em uma cidade pequena chamada SinBay. Seu tio Carlo De Ciello que também é padre e tem pouca destreza com a língua local – o inglês – o acompanha.

                Ele é um rapaz com um passado obscuro, pois perdeu a memória depois de um problema de saúde. O que sabe sobre si, é o que o tio Carlo lhe conta. Incluindo sua escolha celibatária.

                Sofre de um sonho recorrente: Uma mulher vendada a uma cama, sendo abusada por um homem sem face. Sempre que desperta, sua masculinidade esquece que é um padre e para não pecar, ele se pune com um chicote.

                Eu tenho a impressão de que esse sonho faz parte de uma lembrança. No começo achei que ele fosse uma criança ao assistir a cena, mas não ficou claro na história a idade que ele tinha quando perdeu a memória. Lendo o livro 2, parece-me que ele não era tão novo quanto pensei, podendo ser uma lembrança de algo que ele próprio fez. Padre safadinho! rs

                Apesar de pacata, Jonathan logo percebe que não será fácil sua estadia em SinBay, pois logo em seu primeiro passeio, conhece a caçula dos Green: Faith. Uma garota sem reservas, que odeia comedores de hóstias e que costuma visitar a praia para nadar apenas de lingerie. Seus pais são conservadores e nem por isso conseguem frear a menina, menos ainda o padre que tenta de todas as formas dissuadi-la a ser uma garota mais recatada. Ao menos, diante das outras pessoas.

                A química entre os dois fica obvia logo de cara. Não tem como negar que ambos ficaram mexidos no primeiro encontro.

                Faith é inconsequente, apesar de ser cuidadosa em alguns momentos e possui mais segredos do que uma garota normal poderia ter. Soma mais alguns depois que conhece Jonathan: seu desejo incontrolável pelo novo padre.

                Ela é uma artista e acredito que sua habilidade com quadros e pinturas foi emprestada de sua criadora, pois Halice também sabe pintar quadros e ela também ensina. Eu adorei ela usar esse conhecimento na trama, pois deu muito mais embasamento a profissão da Fay. Ela dá aula para crianças e também ganha uma graninha extra às quintas-feiras. Não contarei como, deixo para descobrirem ao ler, pois as quintas são um mistério importante no não-relacionamento entre o padre e a serpente.

                A família dela é rica e como já contei, seus pais são focados na religião e antiquados. Tanto que Elliot obriga a filha do meio a noivar com um rapaz que ela não ama apenas para casar a filha com um homem de posses. Tenta fazer o mesmo com Faith, mas ela consegue se esquivar, só não sabemos até quando.

                Sin Bay é conhecida como a Baía do Pecado e isso começa a ter maior significado na vida do Padre Jonathan com as constantes investidas da Fay de fazê-lo agir como homem. E apesar de saber de sua vocação, a convicção dessa escolha passa longe do coração dele e talvez por isso, ele não consiga se esquivar dela todas as vezes.

                Não falarei muito mais para não estragar a leitura de vocês, mas posso dizer que a Halice soube tratar de um assunto tão delicado com maestria. Não deixou vulgar e nem escandaloso para aqueles que abominam a ideia de um padre ser também um homem por baixo da batina. Ela soube ser sensível aos sentimentos que um homem teria ao se ver entre sua escolha de vida e o amor, até então, inexplorado.

                Ouso dizer que se sentirem vontade de iniciar essa leitura, é melhor que tenham os dois livros em mãos. Não conseguirão se desligar da história ao terminar o primeiro volume.

                Apenas uma ressalva quanto a obra: A capa é significativa, mas as fontes e cores escolhidas pela editora deixam muito a desejar. Infelizmente não vendem bem a obra. Depois que postei as fotos em meu face, muitos leitores torceram o nariz para a capa. Por sorte, a história é magnifica e tenho certeza que as pessoas lerão, apesar da capa. Sugeriria mudanças para uma segunda edição para deixar mais atrativa. Também é ruim a fonte que usaram no miolo, ela cansa muito a vista e deixou o livro com uma aparência amadora. A diagramação também está confusa, pois quando há passagem de tempo ou mudança de cenário, deixaram colado sem espaçar o parágrafo. O que gostei foi o desenho floral que utilizaram no inicio de cada capítulo, achei fofo.

                Parabéns a Halice por essa obra magnifica! Estou ansiosa para saber o que o tio Carlo esconde, pois tenho a impressão que o passado do padre é mais perturbador do que as entrelinhas demonstram.

               

                Envolva-se também neste mistério.

 

                Beijo, Mari Scotti

                

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