Resenha: O Sobrado da Rua Velha



O Sobrado da Rua Velha
Autor: Jeremias Soares
Editora: Multifoco
Páginas: 251
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Categoria:  Suspense, terror
Sinopse:
Joel Selbach é um jornalista conceituado e respeitado. Trabalha na TV e escreve para uma revista de circulação nacional. Cristina, sua esposa, é uma celebridade polivalente: foi eleita miss, atuou em novelas e atualmente é escritora. São pais de três jovens que, tirando pequenos problemas, são felizes e saudáveis. Deveriam usufruir uma vida tranquila, porém, nem sempre a sorte e o azar são distribuídos de uma maneira justa.
Após um trauma familiar, Joel resolveu levar esposa e filhos para morar em uma enorme casa localizada em um ponto estratégico da região metropolitana de Porto Alegre. No endereço novo, os Selbachs simultaneamente poderiam ficar longe dos holofotes e perto dos benefícios da capital.
 Mas o problema é que o sobrado, herança de família, esconde um mistério capaz de suscitar medos adormecidos e segredos que deveriam ser esquecidos. E quando o terror atinge o ponto dolorido de uma cabeça cheia de receios, o resultado é imprevisível.
O Sobrado da Rua Velha, romance de estreia de Jeremias Soares, traz a história de um casarão cuja atmosfera coloca à prova defeitos e virtudes das pessoas que ousam residir nele. Uma narrativa que começa tenra e que alcança no seu final um desfecho drástico e assustador.

=== Resenha ===

O-oi... bem, começo a resenha meio gaguejante porque acabei de terminar de ler e ainda estou em choque rs.
O Sobrado da Rua Velha é o livro de estreia de Jeremia Soares – li uma resenha começando assim e achei chic gente, muito culto ui *-* -, e conta a trajetória de duas famílias que sofreram praticamente uma mesma tragédia, porém em épocas diferentes. Ainda penso que os Selbachs eram amaldiçoados e não somente a casa onde ambas as famílias – a de Cinara e a de seu irmão Joel – moraram.

Atenção, pois contém spoilers!

                Anos depois da morte de Cinara e Orlando, Joel decidi reformar o velho sobrado que eles moravam em Canoas, na tentativa de viver mais tranquilo afastado do tumulto da cidade grande, mas seu maior intento é aproximar a família e deixar sua esposa Cristina mais feliz.
                Cris é uma celebridade, assim como Joel. Uma mulher linda e invejada por todas, admirada por homens e jovens por sua beleza única. Sofreu um sequestro que deixou marcas profundas em sua vida, traumas que certamente qualquer pessoa levaria para sempre. Joel às vezes me pareceu omisso, pois é muito fácil notar a depressão em um ente querido, perceber como a pessoa definha dia a dia por um motivo que só ela sabe ser difícil de suportar, as vezes banal, mas no caso de Cris, aterrador, porém o fato dele reformar o casarão é uma prova clara que ele percebia quase tudo relacionado a ela.
                A mudança de ares parece trazer um novo aroma ao lar, Joel, Samuel – o único sobrevivente da família de Cinara – Pedro, Juliana, Cristina e Adriana se divertem bastante nos primeiros dias, mas algo estranho começa a perturbar os que possuem a mente mais suscetível. Sons, imagens, arrepios estranhos em lugares escuros, sensações de ser vigiado, opressão.
                Quem nunca sentiu medo de ir ao banheiro no escuro de uma casa que parece ter um milhão de sombras? Ou, no meu caso, quem não vê um monte de baratas no corredor entre você e o banheiro, quando a luz está apagada e precisa passar por ali? O medo é algo que consome e o Jeremias explorou muito bem essas sensações em sua narrativa. Fiquei tão envolvida com a leitura que até passei da estação do metrô ontem e tive que voltar hahaha!
                Não gosto de colocar muitos spoilers porque estraga a leitura e este livro é tão rico em detalhes que qualquer coisa a mais que eu diga, pode revelar muito, por isso alguns detalhes ficarão vagos. Se ficou curioso corre lá no face do Jeremias ou nos sites de livrarias e adquira o seu exemplar. A capa em si já é de deixar qualquer um arrepiado – ao menos alguém como eu que morre de medo de filmes de terror e agora livros.
                Confesso que fiquei surpresa comigo mesma de ter conseguido ler até o fim, foi um dos livros que mais demorei a terminar, por dois motivos: a escrita é rica (apesar de algumas falhas na revisão) e o medo é quase palpável, precisava reler para absorver as informações depois do choque inicial.
                Acho que poucos sabem que eu não gosto NADA de filmes/livros de terror, suspenses macabros, leituras com sangue (amo vampiros, mas os fofinhos e não os da Anne Rice por exemplo rs), sou medrosa admito! E esta será a única resenha de terror que postarei! Se mais algum autor indicar um livro comigo, me deixar com vontade de ler e for de terror eu vou bater!! Kkkk
                Recomendo a leitura para maiores de dezesseis anos e para pessoas que não sejam suscetíveis ao medo. Apesar de não gostar desse estilo de leitura, não tive pesadelos \o/, mas é coerente que saiba o que terá em mãos antes de ler.
                Esqueci de comentar algo que achei muito interessante nessa história também: os quadros das crianças tristes. Sou filha de pastores e evangélica desde meu nascimento, por esse motivo tive acesso a muitos momentos onde pessoas possuídas eram libertas através de orações, ou famílias nos procuravam pedindo auxilio, etc. Uma das famílias que procurou meus pais possuía um desses quadros e a narração do Jeremias me levou exatamente a essa época, foi quase tão real quanto o que vi – e ouvi – com menos de dez anos de idade dentro daquela casa. Não sei ao certo o quanto eu era suscetível ao medo com dez anos e me baseando pelo meu pavor de baratas devia ser muito, mas achei uma excelente escolha de repertório para a trama. Só faltou a boneca da Xuxa perseguindo uma criança e a estrangulando; não dê ideias Mari! Rs.
                É importante ressaltar que a trama se passa em uma cidade vizinha a Porto Alegre, chamada Canoas e quase todas as citações de bairros, ruas, lugares me fizeram sentir lá e ao contrário do que imaginei, a escrita não ficou carregada com ‘sotaque’ gaúcho, mas bem ao inverso, apenas alguns diálogos me lembraram que o escritor é de lá.
                Para finalizar: tive a sensação que o livro terá continuação, estou certa? Se tiver eu prometo que leio! Acho que será o único escritor de terror que terei coragem de ler! Kkkkk
                Deixo aqui meus parabéns ao Jeremias, sua  escrita, o enredo, os personagens foram construídos com uma riqueza quase tão impecável quanto o medo e o sobrenatural empregados à história.

Nota: 9,5 (o 0,5 foi por causa da revisão apenas)

Super recomendado!

Para contatar o autor os links estão no comecinho da resenha.
Beijinhos, agora vou ler algo leve para conseguir dormir! Kkk

Mari Scotti



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